quarta-feira, 31 de julho de 2013

4º Mjiba em Ação - Comemoração ao Dia da Mulher Negra



Mjiba em Ação é um evento em comemoração à data 25 de Julho - Dia da Mulher Negra, instituído em São Domingos na República Dominicana no Congresso de Mulheres Afro-Latinas-Americanas e Afro-Caribenhas em 1992. No ano de 2012 completou 20 anos que diversos coletivos de Mulheres Negras ativistas na América Latina e Caribe reuniram-se para criar um documento para orientar as políticas públicas com o intuito de diminuir as desigualdades sociais que as mulheres negras ocupam, na base da pirâmide social. E a área da cultura é um importante aliado para conscientizar jovens mulheres negras no seu papel na sociedade e seu poder de transformação. 

Por isso a importância de realizar a 4ª edição do Mjiba em Ação, atividade que além da comemoração essa data, pretende discutir e dialogar com jovens mulheres negras e reúne as diversas linguagens artísticas como música, dança, literatura, teatro e artes visuais. O evento será realizado no CEU Três Lagos, Distrito do Grajaú, na Zona Sul da capital, o local foi escolhido pelas integrantes, que residem nas vizinhanças do espaço e também pela necessidade de promover essas temáticas na região. Foi observado também a importância de incluir as crianças para vivenciar a cultura negra com convidados que dialoguem com as mesmas, como contação de histórias e trupe de palhaços.

Esta atividade foi realizada por dois anos consecutivos, em 2004 e 2005 no mesmo espaço. E a terceira edição, no ano de 2012, contemplada pelo Programa VAI- 2012. E este ano, o evento integra o Projeto Mjiba – Pretextos de Mulheres Negras - proposta de política cultural para estimular a participação de jovens mulheres negras fortalecendo o seu fazer artístico aumentando a presença dessas artistas em espaços de destaque. A realização do projeto foi contemplado pelo Programa VAI/2013.


PROGRAMAÇÃO:

Dia 04 de agosto de 2013 - das 15h às 19h - CEU Três Lagos - Grajaú - Zona Sul

ESPECIAL CRIANÇAS: 
Contação de histórias com Kiusam
Trupe Liuds (Palhaços)

POESIAS: 
Rose Dorea
Tula Pillar
Tiely Queen

DISCOTECAGEM:
Dj Vivian Marques

BATE PAPO: 
Emprendedorismo Cultural + Desfile: 
Ana Paula – Xongani
Raquel Deanto
Michelle Butique de Criola

MÚSICA: 
Janine Mathias (Curitiba -PR)
Izzy Gordon

ENCERRAMENTO 
Grupo Umoja – Percussão, música e dança

Equipe: Carmen Faustino, Elizandra Souza, Elidivânia Souza, Elisângela Souza e Thais Vitorino.
Foto: Chaia Dechen
Filmagem: Mel Duarte
Assessoria de imprensa: Jéssica Balbino.

Serviços:
Dia 04.08.2013 das 15h ás 19h
CEU Três Lagos. Zona Sul. Entrada Gratuita.
Rua Nereu Bertini Magalhães, 302.
Jardim Três Corações, Zona Sul.
Lotação no Term. Grajaú . Jardim Porto Velho (6016-41) ou Jardim Noronha (6016).
E-mail: mjiba.comunicacao@gmail.com

terça-feira, 30 de julho de 2013

É HOJE NO ESPAÇO CULTURAL ELO DA CORRENTE oficinas para os editais de ação afirmativa de apoio às artes visuais feitas por mulheres



O Ministério da Cultura e a Fundação Cultural Palmares, representações de São Paulo, convidam para a oficina de capacitação de mulheres para participar dos editais "Carmen Santos Cinema de Mulheres 2013" e "Prêmio FUNARTE Mulheres nas Artes Visuais", ações afirmativas propostas pela SAV/MinC - Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura, SPM - Secretaria de Políticas para Mulheres e Fundação Nacional das Artes.

DATA: 30 de julho de 2013
HORÁRIO: 19:00
LOCAL: Espaço Cultural Elo da Corrente
ENDEREÇO: Rua Jurubim, 788, Pirituba, São Paulo
PARCERIA: Coletivo de Mulheres Esperança Garcia e Coletivo Cultural Elo da Corrente
CONTATO LOCAL: 11 - 39032649
CONTATO MINC/PALMARES: 11 - 27664300

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Dreads do Bob Marley ou Bob Marley dos Dreads? (por Raquel Almeida)



“Crianças vivam a sua cultura (Estilo dread nativo)
E não fiquem parados com gestos (Estilo dread nativo)
Oh, a batalha será mais quente (Estilo dread nativo)”.
Trecho “Natty Dread” Bob Marley

Há sempre um incomodo escancarado nos becos que ando por aí, minha mãe sempre disse que um dia eu ia levar uma porrada na rua por encarar as pessoas, por andar de nariz empinado, oras, como se fosse pecado. Há exatamente 2 anos e 3 meses uso dreadlooks, sonho meu desde que afirmei minhas raízes.
Quando era adolescente costumava a usar tranças soltas feitas pela minha prima Mila, coitada da Mila passava 4 horas ou mais traçando minhas madeixas. Minha mãe era a primeira em casa a me chamar de Bob Marley, até então, conhecia as musicas e confesso, gostava bastante, mas como me achava uma adolescente roqueira, nunca assumi que gostava de reggae, samba, entre outros gêneros musicais. O fato é que essa comparação me irritava muito, mas como uma boa pirracenta que sou continuava trançando. Minha mãe achava que usar tranças estragava o cabelo, mas pra mim, era uma forma de me sentir livre, não sabia definir a sensação, mas acordar todo dia sem passar pelo pesadelo dos pentes e dos cremes de pentear era um grito de liberdade de fato. Lembro de ter usado, uma vez, ferro de passar no cabelo, meu pai ficou uma fera comigo, mas as pessoas, atrevidas como sempre, falavam que eu estava linda, o engraçado é que olhando uma foto que eu estava de cabelos ferrados, não estou ali, estou longe, bem longe.
 Depois, tive uma briga feia com os cachos e cortei bem o cabelo, considerando que eles eram longos, cortar o cabelo no pescoço para as pessoas e seus enxerimentos foi um absurdo. Minha mãe acha que eu gosto de desafiar as pessoas, sempre as pessoas e seus pudores. Pois é, não podia nem cortar meu cabelo! Usei muito tranças de raiz, por um tempo, e tinha que aturar as pessoas dizendo “mas seu cabelo não é tão ruim”, “mas você fica com cara de neguinha”, raramente alguém dizia “nossa, combina mais com você”.
Os dreads pra mim eram um sonho. Me preparei durante dois anos pra poder fazê-los, esperei pacientemente e um belo dia marquei horário com uma amiga e ela formou os tão esperados dreads.
É sim uma mudança radical, não nego, até porque a gente pensa que os dreads vão ficar longos e soltos e os meus, no caso, ficaram curtos e espetados. Achei que não iam mudar, mas os dreadlooks são uma metamorfose nas nossas metamorfases, eles se moldam e tem seu tempo certo pra florir, quem usa ou quem já usou sabe bem o que eu digo. É como uma planta, que você cultiva, lava, rega, hidrata, perfuma, e vai descobrindo varias formas de cuidar, desvendamos os mistérios dos dreads quando passamos a tê-los.
Por varias vezes, andando pelas ruas ouço "Bob Marley” ou “olha só o cabelo do Bob Marley”, às vezes só o olhar já basta pra saber que essas pessoas estão muito incomodadas, demais até. Outro dia andando com minha irmã passou uns caras num carro e cantaram: “I wanna love you and treat you right”, cantaram a letra toda errada, nem sabiam o que diz a letra, minha irmã ficou brava, eu sorri. Não foi a primeira vez, nem será a ultima. Outra coisa: ser comparada ao Bob não é ruim, como devem achar, mas eu preferia ser comparada a Rita Marley que também possui dreads, lindos dreads por sinal, mas como não conhecem mulheres com esse penteado tão encantador e provocativo será sempre Bob Marley que eu e outras companheiras vamos ouvir.
Comecei a prestar mais atenção no que tanto incomoda as pessoas, afinal, quem usa dreads sou eu. Boa parte, mas boa parte mesmo acham os dreads bonitos, mas não tem coragem de falar, porque tem medo do que os outros vão pensar, ou porque o padrão de beleza estabelecido não tem jamais uma pessoa de dreads, outras porque pensam que tem piolho. Ué, todo cabelo liso, crespo, dredado, trançado está sujeito a pegar piolho. Outro dia uma mulher me perguntou, “como se cuida de um cabelo desse pelo amor de deus”, eu com toda a paciência, respondi: “como se cuida de qualquer tipo de cabelo, lavando, secando...” devo ter falado algo a mais, mas não lembro ou não quero lembrar, às vezes nossas grosserias nos tiram a razão. Quando se permitem, tocam, elogiam, e eu gosto, é tão gostoso receber carinho nos dreads.
Os mais “engraçadinhos” são os adolescentes, é só olhar pra minha cara e começam a rir, eu rio também, desaguo, dou gargalhadas, eles se assustam, até que param, depois o olhar é sério, como se falasse, “por quê?”, “pra que?”, e quando se aproximam mais, me tratam com carisma, devem me achar descolada.
Ser “diferente” no seu bairro, na sua rua, na sua casa, é muito mais agressivo, não tem perdão, a fala é na lata, e não tá nem aí para a estética negra ou pro movimento negro e muito menos querem saber quem foi Bob Marley. Sempre me pergunto: Quando nós vamos nos enxergar como próximos de fato? Por vezes, penso que tudo relativo à questão racial envolvendo a estética é só utopia. Se eu chegar pra uma menina da minha rua, ela com certeza vai dizer pra mim que estética negra (isso se ela se achar negra) é chapinha no cabelo. Os motivos? Diversos: “porque não precisa lavar todo dia”, “porque não gasta tanto”, “porque é mais prático” entre vários outros argumentos.
            Usando dread percebi que os custos com uma progressiva, por exemplo, são os mesmos, mas é muito mais fácil fazer o que está imposto do que quebrar padrões, até porque questão de pele não é discutível, se eu sou menos pigmentada na favela, eu sou branca e a retinta é morena e por aí vai. Não basta fazer passagens dizendo que o cabelo crespo é lindo, o trabalho começa em casa e devia ser ampliado nas escolas e infelizmente não é o que vejo.
Uma vez, na escola que estudei, um professor de ciência teve a pachorra de dizer que “o Bob Marley tinha mais de mil tipos de piolhos nos cabelos, e que isso afetou o cérebro que gerou a doença que ele teve e por isso ele morreu”. Como pode? Um professor! Ele não sabia o que estava falando, lógico, mas às vezes passando por escolas, percebo que os professores são os mesmos e suas metodologias também, isso é muito triste.
Andando nas ruas, vejo quanto o diferente, que deveria ser comum, é rechaçado, e os trabalhos de base são uma gota no oceano. Hoje, numa escola do bairro, perguntei se alguém conhecia Martin Luther King, o que era discriminação, ninguém soube me dizer nada, nem os professores, perguntei sobre Racionais Mcs todos levantaram as mãos dizendo é “Nóis, aí sim”, mas quando perguntei se prestavam atenção de fato nas letras, ficaram em silencio, falei o trecho de uma, e perguntei se alguém já tinha prestado atenção que o Mano Brown citava Luther King, Malcolm X, Zumbi dos Palmares, dava pra ouvir os grilos de tanto silencio. Na mesma escola, sempre que passo ouço os alunos gritarem das salas de aula “Bob Marley!”.
Nossas referencias são piadas? E se tornaram por quê?

Quando temos uma história elas são distorcidas e o pior: nós acreditamos nas distorções. Não me importo! Podem chamar de Bob Marley, mas ficaria muito mais feliz se a comparação fosse uma exaltação, mas mesmo com as tentativas de depreciação, encaro sim como uma exaltação as minhas raízes, uma exaltação!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

MinC e FCP promovem oficinas para os editais de ação afirmativa de apoio às artes visuais feitas por mulheres





O Ministério da Cultura e a Fundação Cultural Palmares, representações de São Paulo, convidam para a oficina de capacitação de mulheres para participar dos editais "Carmen Santos Cinema de Mulheres 2013" e "Prêmio FUNARTE Mulheres nas Artes Visuais", ações afirmativas propostas pela SAV/MinC - Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura, SPM - Secretaria de Políticas para Mulheres e Fundação Nacional das Artes.

DATA: 30 de julho de 2013
HORÁRIO: 19:00
LOCAL: Espaço Cultural Elo da Corrente
ENDEREÇO: Rua Jurubim, 788, Pirituba, São Paulo
PARCERIA: Coletivo de Mulheres Esperança Garcia e Coletivo Cultural Elo da Corrente
CONTATO LOCAL: 11 - 39032649
CONTATO MINC/PALMARES: 11 - 27664300

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Música em Prol á Ilha - Héliopolis


Neste domingo (14), a partir das 14h, está programado várias apresentações musicais e poéticas na quadra da UNAS Heliópolis (R. da Mina, nº 38, zona sul de SP) com o objetivo de arrecadar doações pras famílias desabrigadas pelo incêndio. Você pode doar sabonete, pasta de dente, papel higiênico, fraldas, mamadeira/chupeta, shampoo/condicionador, lenços umedecidos, leite, sabão em pedra e em pó, brinquedos e alimentos não perecíveis.