segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Desigualdades entre mulheres na educação brasileira são discutidas na OEA





Nesta terça-feira, dia 25, será apresentado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington o Informe Brasil – Gênero e Educação. A audiência pública da Comissão tratará das desigualdades entre mulheres na educação brasileira e de outros países da América Latina. A partir da audiência, serão propostas recomendações da Comissão aos governos dos países do continente.
O informe brasileiro foi produzido no marco da Campanha Educação Não Sexista e Antidiscriminatória pela organização Ação Educativa, com colaboração da organização Ecos – Comunicação e Sexualidade, do Centro de Referência às Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientiae (CNRVV-SP). O documento é organizado por Denise Carreira, coordenadora de educação da Ação Educativa e relatora Nacional para o Direito Humano à Educação da Plataforma DHESCA Brasil.
A Campanha Educação Não Sexista e Antidiscriminatória (http://educacion-nosexista.org/)[i] é uma articulação plural de organizações e pessoas da sociedade civil latino-americana em defesa dos direitos humanos e por uma educação pública, laica e gratuita para todas e todos. Coordenada pelo Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM), a Campanha está presente em 14 países[ii]buscando dar visibilidade aos desafios das relações sociais de gênero na garantia do direito humano à educação.
O documento brasileiro integra o Informe Regional desenvolvido em todos os países latino-americanos que compõem a Campanha e será lançado em 2012. No Brasil, a Campanha está sendo desenvolvida em parceria com Ação Educativa, Ecos – Comunicação e Sexualidade, Themis – Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero e Relatoria Nacional para o Direito Humano à Educação (Plataforma DHESCA Brasil).
Educação e gênero no Brasil: desafio superado?
O Informe nacional questiona o entendimento de setores governamentais e da sociedade civil de que no Brasil os desafios da garantia dos direitos das mulheres e, de forma mais ampla e relacional, a equidade de gênero (entre homens e mulheres) na educação já foram “resolvidos”. Tal visão é reforçada por diversos relatórios produzidos pelo Estado brasileiro nas últimas décadas, que apontam a maior escolaridade e melhor desempenho das mulheres na educação como resposta definitiva às metas internacionais referentes às inequidades de gênero na educação.
O documento problematiza essa perspectiva e apresenta uma contribuição ao debate sobre gênero e educação a partir da geração, sistematização e análise de um conjunto de informações que traçam um panorama dos desafios atuais. 
O documento é constituído por sete seções: 1) Informações gerais sobre o país; 2) A Organização do Sistema educativo no Brasil; 3) Legislação nacional e políticas públicas em educação; 4) Desigualdades na educação; 5)A educação em sexualidade na educação pública (elaborada pela organização Ecos – Comunicação e Sexualidade); 6) Escola e violência sexual (elaborada pelo Centro de Referência às Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientae (CNRVV-SP)) e 7) Conclusão: rumo a uma agenda política.  
Visando o seu aprimoramento, a versão preliminar foi submetida a cinco reuniões com leitoras e leitores críticos de São Paulo e Recife, pesquisadoras (es) e ativistas vinculados a diferentes aspectos do debate sobre relações de gênero e equidade na educação brasileira.
Em síntese, o Informe Brasil Gênero e Educação aponta que as problemáticas de gênero na educação brasileira se relacionam a seis grandes desafios, profundamente interligados:
  • as desigualdades persistentes entre as mulheres brasileiras: o avanço nos indicadores de acesso e desempenho é marcado pelas desigualdades entre mulheres de acordo com a renda, raça e etnia e local de moradia (rural e urbano), com destaque para a situação das mulheres negras e indígenas;
  • a situação de pior desempenho e de maiores obstáculos para permanência na escola por parte dos meninos brasileiros, em especial, dos meninos negros;
  • a manutenção de uma educação sexista, homofóbica/lesbofóbica, racista e discriminatória no ambiente escolar;
  • a concentração das mulheres em cursos e carreiras “ditas femininas”, com menor valorização profissional e limitado reconhecimento social;
  • a baixa valorização das profissionais de educação básica, que representam quase 90% do total dos profissionais de educação, que – em sua gigantesca maioria – recebem salários indignos e exercem a profissão em precárias condições de trabalho;
  • o acesso desigual à educação infantil de qualidade.
           
Ao final do Informe, é apresentada uma proposta de agenda política em gênero e educação contendo treze recomendações, com repercussões diretas no campo das políticas públicas.
Meta de equalização
Uma das principais recomendações se destina ao novo Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação no Congresso Nacional brasileiro e se refere à chamada meta de equalização. Tal meta propõe que ao longo dos próximos 10 anos o Brasil não somente avance na melhoria dos diversos indicadores educacionais para o conjunto da população, mas preveja uma diminuição das desigualdades existentes entre grupos sociais em decorrência da renda, do sexo, da raça/etnia, da localização no campo/cidade, da origem regional, da orientação sexual e da presença de deficiências.
Tal proposta, além de outras recomendações do Informe brasileiro, foi transformada em emenda e apresentada para apreciação do Congresso Nacional por meio da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, articulação da sociedade civil que lidera o movimento “PNE pra Valer”. A meta de equalização proposta ao Congresso estabelece que o Brasil diminua em 60% as desigualdades educacionais existentes entre os diversos grupos nos próximos dez anos.
“O Brasil conquistou avanços importantes nos indicadores educacionais na última década, mas marcados por profundas desigualdades. Fenômeno que impacta a situação das mulheres, em prejuízo, sobretudo, das mulheres negras, indígenas e rurais. É necessário que as políticas educacionais intervenham de forma mais precisa nessa realidade não somente com relação ao acesso à educação, mas ampliando o que se entende por qualidade educacional, rumo a uma educação que supere o sexismo, o racismo e outras discriminações ainda presentes nas creches, escolas e universidades”, afirma Denise Carreira, coordenadora do Informe brasileiro.
Acesse a íntegra  do Informe Brasil – Gênero e Educação (http://www.acaoeducativa.org.br/portal/images/stories/pdfs/informegeneroeducacaoout2011.pdf). A audiência pública da Comissão Interamericana da OEA poderá ser assistida na terça, a partir das 15h de Washington, por meio do link: http://www.oas.org/es/centro_noticias/webcast_agenda.asp.
[1] Mais informações sobre a Campanha Educação Não Sexista e Antidiscriminatória no Brasil com a coordenadora nacional, Ingrid Leão: ingridleao@hotmail.com.
[1] Equador, Bolívia, Uruguai, Panamá, Peru, Colômbia, Argentina, El Salvador, Paraguai, Brasil, Honduras, México, Porto Rico e República Dominicana.
Contato para a imprensa:
  Ingrid Leão (Cladem) – (11)8161-9413
Ana Claudia Mielki (Comunicação Ação Educativa) – (11)3151-2333, ramal 160
Fernanda Campagnucci (Observatório da Educação) – (11)3151-2333, ramal 170
Laura Bregenski Schuhzi (Assessora Plataforma DHESCA Brasil) – (41) 3232-4660/ 8858

domingo, 16 de outubro de 2011

Fotos: 3º Festa d@s Ibejis


Salve a Tod@s,

Brincadeiras, doces, sorrisos, alegrias...
Agradecemos a energia de tod@s na terceira festa d@s ibejis...
que venha os próximos anos....
Axé pra Nós....









































quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Curso de Educação e Cultura Africana



de 7/11 a 12/12

sempre às segundas e quartas das 19:00 às 22:00 horas


Por quê a para quem?

O Brasil tem raízes na África, que são desconhecidas pelos brasileiros, inclusive aqueles diretamente afrodescendentes. Desde 2003, a Lei 10639/03 prevê que seja ensinada na escola a história da cultura Africana, suas riquezas, suas contribuições. Mas grande silêncio, desconhecimento e preconceito ainda pairam sobre o assunto. Esse curso pretende resgatar a cultura africana e afro-brasileira, e é destinado a educadores, estudantes das áreas de humanidades, militantes políticos, religiosos de todas as vertentes, interessados em cultura africana e ciências humanas em geral. Além disso é indicado para todos que lutam pelos ideais do combate à discriminação religiosa, racial ou de gênero.
O tema da cultura africana, a partir do exemplo do povo yorubá e seus mitos será estudado muito além de seus aspectos religiosos, mas de como esta civilização se formou na África a partir destes mitos e nos influenciou e nos influencia até hoje.

Docente:

Ivan da Silva Poli, em sua experiência internacional como Analista de Treinamento frequentou diversos setores da Universidade de Paris como Antropologia e Ciências da Educação. Iniciou sua pesquisa de campo na área de Pedagogia a partir de vivências em instituições educacionais e Religiosas de 22 países em 5 continentes durante 9 anos. Em 2007, sua pesquisa na Faculdade de Educação da USP ganha foco na lei 10639/03 e passa a ministrar seus cursos de extensão sobre o tema em diversas Instituições pelo Brasil.

Quanto?
À vista (boleto ou cartão): 380,00 reais 
Parcelado (pagseguro): 4 x 105,00 reais 
Associados ABPE e Conveniados: 4 x 95,00 reais


Faça aqui sua inscrição no curso de CULTURA AFRICANA 

Onde?
Praça da República, 80 - 11o andar Edifício Esther
(Entre a 7 de abril e a Basílio da Gama)

11-4032 8515 
11-8155 8005 

APOIO:

Instituto Luiz Gama
 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Três mulheres dividem o Prêmio Nobel da Paz de 2011

Ellen Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakkul Karman foram laureadas.
Trio lutou pela paz e pelos direitos das mulheres na Libéria e no Iêmen.

Do G1, com agências internacionais
Três mulheres- a presidente da Libéria,Ellen Johnson Sirleaf, a militante Leymah Gbowee, também liberiana, e a jornalista e ativista iemenita Tawakkul Karman- foram laureadas com o Prêmio Nobel da Paz de 2011.
O anúncio das vencedoras foi feito nesta sexta-feira (7) em Oslo, capital da Noruega, pelo comitê que outorga o prêmio desde 1901.
As vencedoras vão dividir um prêmio equivalente a US$ 1,5 milhão (cerca de R$  2,7 milhão).
Thorbjoern Jagland, presidente do comitê do Nobel, argumentou que as laureadas foram "recompensadas por sua luta não violenta pela segurança das mulheres e pelos seus direitos a participar dos processos de paz".
"A esperança do comitê é de que o prêmio ajude a colocar um fim na opressão às mulheres que ainda ocorre em muitos países e a reconhecer o grande potencial para democracia e paz que as mulheres podem representar", disse o presidente do comitê.
"Não podemos alcançar a democracia e a paz duradoura no mundo se as mulheres não obtêm as mesmas oportunidades que os homens para influir nos acontecimentos em todos os níveis da sociedade", disse Jagland.
mapa libéria (Foto: Arte G1)
Primeira presidente mulher
Ellen Johnson Sirleaf, de 72 anos, foi a primeira mulher a ser livremente eleita presidente de um país africano, em 2005.
Economista e mãe de quatro filhos,  a "Dama de Ferro" tenta a reeleição em pleito marcado para esta terça-feira (11).
"Desde sua posse em 2006, contribuiu para garantir a paz na Libéria, para promover o desenvolvimento econômico e social e reforçar o lugar das mulheres", disse Jaglan, ao justificar a premiação.
Ellen afirmou nesta sexta que ela e Leymah Gbowee aceitam o prêmio em nome do povo liberiano.
Ellen Johnson Sirleaf recebe a faixa durante sua posse, em 16 de janeiro de 2006, em Monróvia, capital da Libéria (Foto: AP)
Ellen Johnson Sirleaf recebe a faixa durante sua posse, em 16 de janeiro de 2006, em Monróvia, capital da Libéria (Foto: AP)

'Greve de sexo'
Sua compatriota Leymah Gbowee teve um papel importante como ativista durante a segunda guerra civil liberiana, em 2003.
Ela mobilizou as mulheres no país pelo fim da guerra, organizando inclusive uma "greve de sexo" em 2002.
Também organizou as mulheres acima de suas divisões étnicas e tribais no país, ajudando a garantir direitos políticos para elas.
O Nobel é escolhido por um comitê norueguês de cinco membros, apontados pelo Parlamento da Noruega.
Geralmente, a tendência é optar pela diversidade dos ganhadores. No ano passado, o ativista chinês pró-democracia Liu Xiaobo foi o g....
Em 2009, foi o presidente dos EUA, Barack Obama, por conta de seus ...

Poucas mulheres
Até agora, em 111 anos, apenas 12 mulheres haviam recebido o Nobel da Paz.
A última mulher a ganhar  também foi uma africana, a militante ecol...
Considerando todas as categorias do prêmio, até agora apenas 44 mulheres haviam sido agraciadas.
Em 2011, o Nobel da Paz registrou uma cifra recorde de 241 candidaturas de indivíduos e organizações.
O prêmio será entregue em Oslo no próximo dia 10 de dezembro.


Desde 1901
Estabelecido em 1901, o Prêmio Nobel tem o objetivo de reconhecer pessoas que tiveram atuações marcantes nas área da física, da química, da medicina, da literatura, da paz -e, desde 1968, também da economia.
O prêmio foi estabelecido pelo cientista e inventor sueco Alfred Nobel, criador da dinamite, que morreu em 1895 e uma fundação para administrá-lo.
A premiação consiste de uma medalha, um diploma e um prêmio em dinheiro de 10 milhões de coroas suecas, o equivalente a US$ 1,5 milhão.
Leia a relação completa de todos os laureados.
Todos os prêmios são concedidos em Estocolmo, capital da Suécia, a não ser o da paz, que é dado em Oslo, capital da Noruega.

Na época em que Nobel era vivo, a Noruega e a Suécia estavam unidas numa monarquia - que durou até 1905, quando a Noruega tornou-se um reino independente. Em seu testamento, Nobel determinou que o prêmio da Paz deveria ser decidido por um comitê norueguês.

Os laureados com o prêmio são escolhidos de uma lista de nomeados, que não é divulgada previamente. Portanto, apesar de haver sempre muitos palpites e "favoritos", é muito difícil saber quem vai vencer.

Muitas vezes, o escolhido passa longe das previsões divulgadas pela imprensa na semana da premiação.
Neste ano, o nome de Ellen Johnson Sirleaf era citado entre os favoritos. E também se falava muito na possibilidade de algum nome ligado à Primavera Árabe ser escolhido.


Fonte: G1

Disponivel em: http://correionago.ning.com/profiles/blog/show?id=4512587%3ABlogPost%3A206316&xgs=1&xg_source=msg_share_post

terça-feira, 4 de outubro de 2011

sábado, 1 de outubro de 2011

2 de outubro de 1992:uma pequena desavença entre presidiários do pavilhão 9 da Casa de Detenção do Carandiru se transforma em uma rebelião desprovida de viés reivindicativo ou de fuga. Apesar disso,o Governo estadual da época determinou a invasão da Casa de Detenção por centenas de policiais militares que exterminaram a sangue frio 111 pessoas desarmadas e desesperadas. Foi a maior chacina da história do sistema penitenciário brasileiro.
Passadas quase duas décadas dessa “página infeliz de nossa história”,os tijolos da Casa de Detenção foram deitados ao chão e,no seu lugar,foi erigido o sugestivo Parque da Juventude. Todavia,a construção de um parque para a juventude no lugar de uma unidade de aprisionamento da juventude não significou,infelizmente,qualquer mudança na política criminal do Estado:após todos esses anos,ninguém foi responsabilizado pelos 111 assassinatos!
Pior:ainda hoje,divisamos jovens,em regra pobres e negros,sendo perseguidos pelo aparato repressor estatal. Quando conseguem driblar a morte,caem na vala imunda e cada vez mais superlotada do sistema carcerário (de 1992 para cá,a população prisional cresceu mais de 400% contra pouco mais de 27% de crescimento da população brasileira).
Diante desse quadro desafiador,diversos movimentos e entidades da sociedade civil organizada planejam uma grande articulação em torno do vintenário do massacre do Carandiru,a ser iniciada com a realização de um ato no próximo dia 02.10.2011. Daí até a data dos 20 anos do massacre (02.10.2012),essa articulação pretende pautar diversas ações para promover a responsabilização do Poder Público e também para trazer ao debate público o tema da segurança pública e da cidadania.
Convidamos todas e todos ao ato que ocorrerá no dia 02.10.2011,às 15hs,no Parque da Juventude.