Nesse mês de março realizamos três atividades artísticas pedagógicas em parceria com diferentes parceiras e parceiros das nossas periferias. A troca de experiências, informações e a diversidade das linguagens que foram utilizadas nessas atividades, seguiu de maneira a privilegiar não apenas a arte pela arte mas o trabalho de muitas guerreiras que estudam, pesquisam e buscam por meio de seus conhecimentos ampliar a reflexão sobre a importância da cultura em nossas vidas.
O grupo Corpo em Rito com espetáculo "Fenda do Asfalto" levou nossos pensamentos e reflexões para o “padrão de beleza” estabelecido pela sociedade. Que padrão é esse, exibido nas vitrinas da cidade e que não corresponde à realidade das pessoas que estão próximas de nós?
A violência de modelos que não correspondem ao cotidiano é explorada em cada cena que foi representada pelo grupo.
Eu sou uma sobrevivente?!!!!
Eu sou uma sobrevivente?!!!!
A exposição “Mulheres da Minha Terra” produzida por Sonia Bischain, registrou fragmentos do cotidiano de mulheres que vivem nas periferias. A delicadeza e registro distribuídos nos encontros chamaram a atenção e enchiam de alegria os olhos de quem se aproximasse propiciando aos observadores o contato com um registro familiar e artístico da sua realidade. Pessoas comuns, iguais mulheres, senhoras, meninas que circulam diariamente pelas nossas periferias muitas vezes sufocadas pelas paisagens e condições vividas nesses territórios,arriscando ter sua imagem registrada
e reconhecida como a arte.
A artista plástica Carolzinha Teixeira, produz sua arte fora do dito "tradicional", dispensando orientações dos “padrões de beleza” que nossa sociedade privilegia. A exposição trazida por nossa parceira e que fez parte desse projeto chamou a atenção pela riqueza de detalhes e a reprodução da simplicidade cotidiana.
A artista plástica Carolzinha Teixeira, produz sua arte fora do dito "tradicional", dispensando orientações dos “padrões de beleza” que nossa sociedade privilegia. A exposição trazida por nossa parceira e que fez parte desse projeto chamou a atenção pela riqueza de detalhes e a reprodução da simplicidade cotidiana.
A oficina de Customização de Turbantes, proposta por nossa querida Katyara, ampliou as possibilidades de se adornar com tecidos aspectos históricos relacionados a estética da mulher negra trabalhando as auto-estima valorizando suas formas e expressões, e a própria sensualidade com o cuidado de desmistificar olhares impiedosos com relação à nossa cultura.
As oficinas de boneka Makena ministrada por Lúcia Regina, além de propiciar o contato com a boneca preta historicamente produzida e presente em comunidades africanas e afro-brasileiras de maneira lúdica e pedagógica. Demonstrou a importância desse conhecimento que assumido pela arte embasada e com o compromisso de uma ciência informativa. Mesmo com o pouco tempo da atividade, os participantes estiveram em contato com um dos elementos “supra sumo” da cultura afro o brinquedo. A boneca preta não fez parte da infância e, até mesmo do cotidiano de muitos de nossos participantes mas em algum lugar da memória todos já ouviram falar ou até mesmo tiveram contato. A insegurança inicial em participar da atividade foi tomada por olhares curiosos e ouvidos que se atentaram a mulher negra que tomou a palavra docilmente, agulhas que se perdiam nos tecidos apoiados à mão produziram efeito e novos enfeites foram construídos por meio da oralidade e prática “escrita” em chaveiros, imâs de geladeiras e pequenos broches registrados com o brilho de uma nova conquista.
A Cia de Arte Negra – As Capulanas, encerrou as atividades desse domingo com o espetáculo "Solano trindade e Suas Negras Poesias ", sorrisos, surpresa, respiração presa olhares curiosos misturados ao que a cultura afro produzida por esses jovens negros trazem em comum imbricados por laços da memória que trazem e valorizam o sagrado por meio da encenação artística proposta por essas mulheres negras estabelecendo” elo imaginário de ascendência e descendência”. A poesia, bahiana, água, capulanas, meninas, bacia, tambor, música no ar nossos elementos ancestrais ganharam à cena junto aos nossos protagonistas e participantes. Cabelo, fome, trem, ferro quente, o canto de alguém “ Tem gente com fome” ...
Agradecemos primeiramente aos nossos guias espirituais que protegem, orientam e mesmo que muitas vezes a gente não tenha compreensão sentimos suas presenças a nos confortar.
Agradecemos aos coletivos: Coletivo Literário Elo da Corrente, Coletivo Cultural Poesia na Brasa, Projeto Espremedor, Eunice frequentadora do sarau que levou suas lindas flores, pela colaboração e suporte durante toda a programação e realização do projeto.
Ação Educativa pela parceria na alimentação dos organizadores e artistias palestrantes.
Ao amigo e incentivador Divino pelas camisetas do grupo;
Ao Centro Cultural da Juventude que disponibilizou o espaço e se comprometeu com o material das oficinas, transporte. Sendo que, os materiais utilizados na oficina de customização de turbantes por terem sido “licitados” de maneira errada deverão ser ressarcidos com a maior brevidade a nossa oficineira Kathiara que ao ser informada do equívoco disponibilizou sua coleção de panos pessoal para a realização do evento se comprometendo a entregar aos demais participantes que não puderam levar o tecido para casa nas próximas edições dos sarau.
O Coletivo Cultural Esperança Garcia apóia e pretende continuar suas atividades no decorrer dos próximos meses.
Em breve novas informações e registros sobre nossos trabalhos.
Axé!
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Acertando os detalhes da decoração
Carolzinha Teixeira
Fotos: Sonia Bischain
Realmente foi um domingo mágico...
ResponderExcluirAdorei dar uma parcelinha para que as coisas ficassem tão bonitas como ficaram...
Vocês estão de parabéns por terem levado um evento tão cheio de conteúdo e alegria...
Adorei a Katiara, a Lucia, As Capulanas, o Corpo em Rito, a exposição da Sonia (minha velha companheira de lutas) enfim...tudo de primeira...como tem que ser...
Merecemos !