terça-feira, 5 de abril de 2011

Quintasoito


Na última quinta-feira fomos até o Campo Limpo visitar a casa que germina arte e cultura (Espaço Clariô). Uma noite delicada e especial para homenagear as mulheres, aquecemos nossos corações com as intervenções.
Primeiro a atriz e escritora Raquel Nogueira tomou o palco com as confussões e sentimentos que podem passar na cabeça de uma mulher por 15 minutos, o que é a certeza de pano pra manga, eu não tinha ideia do quanto matutamos nossos problemas, sonhos, posturas, ações... Na parede as exposições de Renata Felinto, Mestre em Artes Visuais deixaram um ar de graça, resgate histórico da nossa africanidade e criatividade nas suas pinturas trazendo nas impressões de cada tela um olhar cuidadoso e detalhado da mulher negra, suas culturas e formas. Dona Jacira compositora, poeta e escritora nos deixou  felizes com seu astral de mulher guerreira de muitas caminhadas, cantamos e sorrimos ao som da poeta. Raquel Almeida do Esperança Garcia marcou seu ponto no espaço levando com seu encanto e fortaleza nas palavras, poesias, sentimentos comungados, ousadia de guerreira e arte-educadora na luta por uma quebrada melhor. 
O final da noite proporcionou emoção e calor pelo corpo até os olhos mandingueiros ficaram aguados com a intervenção: Seria um Solo + Gritos em Espiral com Luciane Ramos e Danielle Almeida, um trabalho maravilhoso de pesquisa fazendo recortes de vários países da América Latina e Africanidades, trazendo uma colcha repleta de conhecimento, cultura nossa de verdade, sem palavras, as meninas arrebentaram. E ainda no final das apresentações teve aquele especial caldinho delicioso que apreciamos com uma boa troca de ideias com os parceiros e parceiras que colaram.
Voltamos pra casa com vontade de mais, fortalecidos e inspirados pelo axé que recebemos tanto da organização que trampa na casa como dos artístas dessa noite fantástica.

AXÉ



Chama eu ...
Chama eu ...
Chama eu Angola ...
Chama eu ...


  Mãe África
                                          Raquel Almeida
Quando meus pés se cansarem
E a minha voz embargar
Chora mãe África, chora,
Já estou chegando lá

Se todos me abandonarem
Desistindo de caminhar
Coragem mãe África, coragem,
Força você me dará

E se algum de nós
Com o inimigo se juntar
Chora mãe África, chora,
É mais um filho que irás deserdar

Se mais uma vez
Aquele portão de ferro se fechar
Peço força mãe África, força,
É mais um irmão que o sistema vai trancar

Quando mais uma noite fria
Um dos teus filhos passar
Confia mãe África, confia,
No próximo inverno ele não estará mais lá

E quando a nossa nação
Dar as mãos e parar de duvidar
Alegre-se mãe África, alegre-se,
Nossa bandeira irá se levantar.

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