segunda-feira, 6 de junho de 2011

Relatório: Violência contra Mulheres com Deficiência



Violência contra Mulheres com Deficiência  


Autoria deste relatório:

The International Network of Women with Disabilities
(“rede internacional de mulheres com deficiência”)



ARQUIVOS ‘BARBARA FAYE WAXMAN FIDUCCIA’
SOBRE MULHERES E MENINAS COM DEFICIÊNCIA
Centro para Estudos de Políticas sobre Mulheres

Março de 2011
Tradução: Romeu Kazumi Sassaki

APRESENTAÇÃO

A que nos referimos quando falamos sobre violência contra mulheres com deficiência? De que forma ela é diferente da violência contra mulheres em geral? De que forma ela é igual? De que forma ela é diferente da violência contra pessoas com deficiência em geral? Como podemos proteger os direitos das mulheres com deficiência para se livrarem da violência?

A International Network of Women with Disabilities (INWWD) conduziu uma série de debates sobre a violência contra mulheres com deficiência em 2009-2010 para encontrar respostas a algumas destas questões a partir das perspectivas e experiências das próprias mulheres com deficiência. O documento resultante serviu de base para este Relatório.

A INWWD foi inaugurada em 2008 e é composta por organizações, grupos e redes de mulheres com deficiência, em âmbitos internacional, regional, nacional ou local, assim como, individualmente, por mulheres com deficiência e outras mulheres [1]. A missão da INWWD é a de capacitar mulheres com deficiência para compartilharem seus conhecimentos e experiências, de aumentar sua capacidade de defender seus direitos, de empoderá-las para efetivarem mudança e inclusão positivas em suas comunidades, e de promover seu envolvimento em políticas em todos os níveis – a fim de criarem um mundo mais justo e que reconheça a deficiência, o gênero, a justiça e os direitos humanos.

O objetivo deste Relatório é o de educar as pessoas a respeito da violência vivenciada por mulheres com deficiência, de fazer recomendações sobre o que pode ser feito por uma variedade de agentes intervenientes [governos nacionais e locais, ONU, provedores de serviços, doadores e sociedade civil (organizações de mulheres, grupos de direitos humanos, organizações de HIV, organizações de pessoas com deficiência etc.)] para acabar com a violência contra mulheres com deficiência, de motivar agências que lidam com violência contra mulheres para que incluam a prevenção da violência contra mulheres com deficiência em seu trabalho, e de empoderar as mulheres com deficiência para se protegerem contra a violência.

A violência contra mulheres é um crime e uma violação de direitos que ocorrem repetidas vezes na vida de um grande número de mulheres ao redor do mundo. Embora os tipos de violência praticados possam diferir dependendo da cultura e situação socioeconômica, há aspectos dessa violência que são universais. A violência baseada no gênero tem raízes na falta de igualdade entre homens e mulheres, e essa violência ocorre com frequência nos lares, dentro do seio familiar. A tolerância da sociedade para com a violência baseada no gênero e a privacidade do ato violento quando praticado dentro de casa fazem com que essa violência se torne invisível ou difícil de ser detectada.

Embora mulheres com deficiência sejam vítimas das mesmas formas de violência cometidas contra as demais mulheres, algumas formas de violência contra mulheres com deficiência não têm sido vistas como violência baseada no gênero; isto por causa da intensa discriminação baseada na deficiência. Porém, a incidência de maus-tratos e abuso contra mulheres com deficiência excede de longe aquela que atinge mulheres sem deficiência [2].

Além disso, os dados disponíveis, apesar de escassos, também mostram que o índice de violência contra mulheres com deficiência é mais alto do que contra homens com deficiência [3].

A violência contra mulheres e meninas com deficiência não só é um subconjunto da violência baseada no gênero, como também é uma categoria intersetorial relacionada com a violência baseada no gênero e na deficiência. A confluência destes dois fatores resulta em um risco extremamente alto contra mulheres com deficiência [4].

NATUREZA, TIPO E PREVALÊNCIA DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES COM DEFICIÊNCIA

A Declaração sobre a Eliminação da Violência contra Mulheres (Organização das Nações Unidas, 20/12/1993) define a violência contra mulheres conforme segue:

“Artigo 1: O termo "violência contra mulheres" significa qualquer ato de violência baseada no gênero que resulte, ou provavelmente resulte, em dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico para as mulheres, incluindo ameaças de tais atos, coerção ou privação arbitrária de liberdade, que ocorram em público ou na vida particular.

Artigo 2: A violência contra mulheres será entendida como aquela que abrange os seguintes tipos, sem se limitar a estes:

(a) Violência física, sexual e psicológica que ocorra na família, incluindo agressão, abuso sexual de meninas no lar, violência relacionada com o dote, estupro cometido pelo marido, mutilação de genitais femininos e outras práticas tradicionais danosas para mulheres, violência cometida por pessoa não-cônjuge e violência relacionada com a exploração;

(b) Violência física, sexual e psicológica que ocorra na comunidade geral, incluindo estupro, abuso sexual, assédio sexual e intimidação no trabalho, em instituições educacionais e outros lugares, tráfico de mulheres e prostituição forçada;

(c) Violência física, sexual e psicológica perpetrada ou deixada ocorrer pelo Estado, onde quer que ela ocorra”. [5]

Como foi visto acima na Declaração, a violência baseada no gênero inclui uma ampla gama de atos abusivos, tais como mutilação genital, abuso físico e emocional e exploração econômica. De acordo com a Organização Mundial contra a Tortura, o estupro e o abuso sexual, a mutilação genital, o incesto, o aborto forçado, os crimes de honra, a violência relacionada com o dote, os matrimônios forçados, o tráfico humano e a prostituição forçada serão todos considerados formas de tortura [6].

Em complemento, estudos mostram que as pessoas com deficiência são vítimas de abuso em uma escala bem maior que as pessoas sem deficiência [7]. Um fator por trás da crescente incidência de violência contra pessoas com deficiência é o estigma associado com a deficiência. Pessoas com deficiência são, com frequência, consideradas pela sociedade como sendo “não completamente humanas e de menos valor. (...) A ausência de representações de sua indentidade favorece a percepção de que se pode abusar delas sem remorso ou peso na consciência” [8].

Algumas sociedades podem acreditar que a deficiência é um castigo divino ou que a deficiência pode ser contagiosa para outras pessoas. Outras sociedades podem ver a pessoa com deficiência como um objeto de caridade ou pena, e não como uma pessoa que seja digna de direitos iguais aos de pessoas sem deficiência.

O contexto médico é uma fonte singular de abusos praticados contra pessoas com deficiência [9, 10]. De acordo com o Relator Especial da ONU sobre tortura e outro tratamento ou punição cruel, desumano ou degradante, um dos propósitos da definição de tortura é “por razões baseadas na discriminação de qualquer espécie”, observando que os atos de discriminação ou violência grave contra pessoas com deficiência podem ser mascarados pelas “boas intenções” dos profissionais médicos.

Tratamentos médicos de natureza intrusiva e irreversível, forçados ou administrados sem o consentimento livre e informado da pessoa em questão, que tenham o objetivo de corrigir ou aliviar uma deficiência ou que não tenham um propósito terapêutico, podem constituir tortura ou tratamento cruel contra pessoas com deficiência [11].

Estes tipos de atos incluem: aborto e esterilização forçados, intervenções psiquiátricas forçadas, internação involuntária em instituições e eletrochoque forçado ou ‘inalterado’ (eletroconvulsoterapia ou ECT) [12].

A privação da capacidade legal para uma pessoa tomar decisões facilita tratamentos coercitivos e violência de todos os tipos e pode constituir tortura e tratamento cruel em si mesmo, pois essa privação pode equivaler à negação da plena qualidade de ser pessoa [13]. Tal forma profunda de discriminação pode causar sofrimento severo.

Na palestra intitulada “Livres da Tortura ou do Tratamento/Punição Cruel, Desumano e Degradante”, que ministrou na Organização das Nações Unidas, Kate Millett (autora dos livros “Sexual Politics” e “The Politics of Cruelty”) declarou:

“Para pessoas com deficiência, isto significa ‘Livres do tratamento e do confinamento forçados’. Livres do constrangimento e da coerção. O poder opressivo e gigantesco. O poder de uma civilização inteira arremessado contra uma pessoa sozinha. Cada telefone, cadeado, guarda, droga, (...) tudo conspira para deixar você completamente sozinha e apavorada... manipulável. Estas são as condições da tortura. Você não sabe o que vem em seguida. Você não sabe quanto tempo isso vai durar. ‘Ninguém saberá nunca’ – uma voz entoa. Ninguém acreditará em você nunca.” [14]

A INTERSECÇÃO ENTRE DEFICIÊNCIA E VIOLÊNCIA BASEADA NO GÊNERO



Em um estudo feito no Canadá, foram enviados questionários para 245 mulheres com deficiência. Das que responderam, 40 por cento relataram que elas foram vítimas de abuso e 12 por cento disseram que foram estupradas. Contudo, menos da metade destes incidentes foi registrada [15].

Outro estudo, conduzido nos EUA sobre a prevalência do abuso contra mulheres com deficiência física, revelou que de 25 a 31 mulheres com deficiência entrevistadas relataram que foram vítimas de abuso de algum tipo (emocional, sexual ou físico) [16]. Uma pesquisa sobre ‘violência doméstica e mulheres com deficiência’ também mostrou que mulheres com deficiência foram vítimas de uma ampla gama de violência cometida por atendentes pessoais (abuso emocional, físico e sexual) e por provedores de cuidados de saúde (abuso emocional e sexual), assim como índices mais altos de abuso emocional [17, 18, 19] cometidos por estranhos e membros da família.

O relato pessoal de uma mulher com espinha bífida, 38 anos de idade, que descreveu o abuso sexual cometido pelo seu marido durante seis anos, reflete uma história de abuso emocional, sexual e físico contra mulheres com deficiência, cometido por alguém da própria família ou por cuidadores:

“Meu marido ficava furioso quando eu me recusava a fazer sexo e ele continuava a gritar comigo e me agarrava até eu desistir só para calar a boca dele. Ele me controlava não me deixando sair do quarto, jogando ou quebrando minhas bengalas canadenses. Certa vez, ele rasgou meu pijama enquanto eu dormia. Cada um de nós procurou aconselhamento individual e agora a situação entre nós está bem melhor porque compreendemos a origem destes problemas” [20].

A violência contra mulheres com deficiência é parte da questão maior que envolve a violência contra pessoas com deficiência em geral e inclui a violência cometida com força física, compulsão legal, coerção econômica, intimidação, manipulação psicológica, fraude e desinformação, e na qual a falta de consentimento livre e informado é um indispensável componente analítico. A violência pode incluir omissões, tais como negligência deliberada ou falta de respeito, assim como excessos que machucam a integridade do corpo e/ou da mente de uma pessoa.

Em complemento aos excessos de violência baseada no gênero descritos aqui, existem atos mais sutis que têm origem na discriminação atitudinal contra pessoas com deficiência.

De fato, mulheres com deficiência são vítimas de tipos de abuso pelos quais as mulheres sem deficiência não passam [21]. Além disso, a natureza e os tipos de violência contra mulheres com deficiência, e particularmente contra mulheres com deficiência psicossocial e deficiência intelectual, são provavelmente ignorados em estudos sobre violência contra mulheres.

Além dos tipos de violência cometidos contra mulheres em geral, os seguintes atos e atitudes podem constituir violência contra mulheres com deficiência:

a) isolamento forçado, confinamento e ocultação dentro da casa da própria família;

b) aplicação forçada e coercitiva de drogas psicotrópicas ou colocação de drogas na comida;

c) internação forçada e coercitiva;

d) contenção e isolamento em instituições;

e) criação de situações pretextadas para fazer a mulher parecer violenta ou incompetente a fim de justificar sua internação e privação da capacidade legal;

f) forjamento de rótulos de raiva e autodeclaração das mulheres como um comportamento de “pessoas com transtorno mental e perigosas” (especialmente se a mulher já foi internada em hospitais psiquiátricos);

g) negação das necessidades e negligência intencional;

h) retenção de aparelhos de mobilidade, equipamentos de comunicação ou medicação que a mulher toma voluntariamente;

i) ameaças para negligenciar ou cancelar apoios ou animais assistentes;

j) colocação de mulheres em desconforto físico ou em situações constrangedoras por longo período de tempo;

k) ameaças de abandono cometidas por cuidadores;

l) violações de privacidade;

m) estupro e abuso sexual cometidos por membro da equipe ou por outro paciente internado em instituições;

n) restrição, desnudamento e confinamento solitário que replica o trauma do estupro;

o) aborto forçado; e

p) esterilização forçada.



Alguns tipos de violência contra mulheres com deficiência não são imediatamente percebidos como violência porque são legais e aceitos pela sociedade. Isto se apresenta especificamente verdadeiro nas intervenções psiquiátricas e internações forçadas [22]. Estes atos de violência são cometidos sob autoridade legal do Estado em consequência de uma política governamental discriminatória e errada, e não há possibilidade de reparação, o que reforça a mensagem que toda violência transmite à vítima: ‘as mulheres não têm poder’ [23].

Comparadas aos homens com deficiência, as mulheres com deficiência têm, em geral, menos acesso a cuidados médicos qualificados e à reabilitação; recebem medicamentos, ajudas técnicas e outros tratamentos que sejam menos dispendiosos; e têm menos acesso a apoios sociais, educação superior e oportunidades de emprego. Uma consequência desta desigualdade é que as mulheres com deficiência são destituídas de seus direitos à inclusão social [24, 25, 26] e são, com frequência, forçadas a viver em pobreza.

A falta de sensibilidade, de treinamento adequado dos profissionais de saúde ou de adaptações razoáveis nos cuidados de saúde das mulheres pode produzir resultados graves e fatais, como foi demonstrado pelo relato de uma mulher, de 30 anos de idade, que não podia comunicar-se eficientemente com as enfermeiras durante o trabalho de parto. Ela não estava sabendo que iria dar à luz gêmeos e, por isso, parou de fazer força após a saída do primeiro bebê. Ela contou [em sinais]: “(A enfermeira) foi muito rude comigo e ela não conhecia a língua de sinais. Ela não conseguiu me dizer para eu continuar fazendo força. Ela não me orientou. Meu segundo bebê morreu” [27].

Mulheres com deficiência também relatam ter sido vítimas de abuso por muito tempo e ter sentido como se elas tivessem menos alternativas para fugir do abuso ou para acabar com ele [28].

Além de as mulheres com deficiência enfrentarem as mesmas barreiras que qualquer outra mulher enfrenta para fugir da violência ou acabar com ela (tais como: dependência emocional e financeira em relação ao abusador, repugnância à possibilidade de serem estigmatizadas, preocupação por serem mães que criam filho sozinhas, receio de perderem contato com filhos, preocupação quanto a não serem acreditadas ou ajudadas se elas denunciarem abuso, relutância em tomar alguma atitude que possa aumentar a violência), as mulheres com deficiência se defrontam com barreiras adicionais [29].

Por exemplo, a falta de comunicação em formatos acessíveis torna mais difícil para as mulheres com deficiência a obtenção de informações sobre serviços disponíveis e mais difícil a comunicação com abrigos e outros serviços que possam estar disponíveis para intervir no interesse delas. Além do mais, profissionais de serviços não possuem habilidades ou recursos – tais como, interpretação em língua de sinais e materiais em braile – para se comunicar com mulheres que tenham deficiência auditiva ou visual. E a inacessibilidade dos transportes é um obstáculo [30, 31, 32] que impede estas mulheres de usar tais serviços e/ou de fugir do abuso.



FATORES DE RISCO SINGULARES PARA A VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES COM DEFICIÊNCIA



Condições resultantes da deficiência em si, combinadas com atitudes em relação às mulheres em sociedades patriarcais, colocam as mulheres com deficiência em crescente risco de sofrerem violência. Muitas mulheres com deficiência se percebem como vítimas de maus-tratos e abuso, enquanto a sociedade ignora este problema. Contudo, algumas mulheres com deficiência podem não se perceber como vítimas porque consideram estas situações como habituais e associadas à deficiência.

Em algumas situações, a sociedade se recusa a reconhecer que certos atos constituem violência e as mulheres atacadas podem não se considerar vítimas.

Isto se torna particularmente verdadeiro em relação aos atos autorizados no direito da família, tais como intervenções psiquiátricas forçadas com drogas que alteram a mente, eletrochoque ou psicocirurgia, internação, contenção e isolamento, que são praticados principalmente em mulheres com deficiência psicossocial [33, 34].

Mulheres com deficiência podem também ter menos acesso às informações sobre como se proteger contra a violência e o estupro. Mulheres com deficiência são, com frequência, menos capazes de se defender. Perpetradores têm a tendência de acreditar que seus atos não serão descobertos; e mulheres com deficiência, muitas vezes, não são levadas a sério quando denunciam tais atos [35].

Mulheres com deficiência, com frequência, são mais dependentes de outras pessoas para obter ajuda, fisicamente e/ou financeiramente [36]. Sob tais circunstâncias, as mulheres podem ter receio de denunciar abusos, pois isto poderia resultar em quebra de laços e em perda da ajuda de que possam precisar. Em algumas circunstâncias, a falta de formatos acessíveis de comunicação é um empecilho para denunciar maus-tratos. Com frequência, as mulheres com deficiência receiam que poderão ser internadas se elas tomarem alguma atitude que possa aumentar a violência ou se elas abandonarem sua casa.

As mulheres com deficiência correm maiores riscos de exposição à violência ao morarem em instituições, lares e hospitais e têm menos credibilidade ao denunciarem a violência que ocorra dentro de instituições. Há pouca possibilidade de autodefesa eficaz quando alguns tipos de violência (tais como internação compulsória, restrição e confinamento, aplicação forçada de drogas e eletrochoque, aborto forçado e esterilização) são permitidos por lei em muitos países [37].

Os efeitos duradouros do eletrochoque e algumas drogas psiquiátricas podem também enfraquecer a capacidade da mulher para se defender contra qualquer tipo de violência e abuso.

Uma mulher com deficiência pode sentir baixa autoestima quando ela não é vista como uma mulher; e vista apenas como uma pessoa com deficiência – ou pior – apenas como sua deficiência.

A falta de oportunidades para desempenhar o papel tradicional geralmente disponível para mulheres (tais como a maternidade) pode também contribuir para a mulher com deficiência sentir-se desvalorizada pela sociedade. Existe uma ameaça adicional à sua credibilidade quando profissionais não reconhecem que mulheres com deficiência têm relacionamento sexual e íntimo ou quando eles não compreendem ou não identificam uma situação como sendo um tipo de abuso – em vez disso, eles desviam o foco para a deficiência da mulher e, com isso, camuflam ou até ignoram o fato de que a mulher sofreu abuso.

A negação em si dos direitos humanos da mulher resulta na experiência da fraqueza. Apesar da severidade da discriminação, da força do preconceito da sociedade contra mulheres com deficiência e da evidência de suas experiências, a violência contra mulheres com deficiência não é reconhecida e diversos fatores contribuem para esta invisibilidde [38].

Por exemplo, há falta de uma ampla definição da violência que abranja todos os tipos de violência contra mulheres com deficiência – e alguns tipos de violência contra mulheres com deficiência são permitidos por lei e cometidos sob a autoridade do Estado. Profissionais, parentes, amigos e outras pessoas são incapazes de distinguir as circunstâncias que resultam da violência contra mulheres com deficiência por causa da falsa percepção de que as circunstâncias são “inerentes” à deficiência.

Além disso, pesquisadores e formuladores de políticas raramente identificam situações de, por exemplo, abandono físico ou crueldade psicológica, como sendo maus-tratos. E mais, se uma intervenção é feita em uma situação na qual a violência foi perpetrada por um atendente pessoal, por um membro da família ou por um amigo, o incidente é tratado apenas pelo sistema de serviços sociais e é raramente considerado como um crime que deveria ser tratado pela polícia e/ou pelo sistema de justiça criminal.

Há uma falta de credibilidade atribuída a mulheres que solicitam tecnologia assistiva ou adaptação razoável em comunicação e a mulheres que já foram rotuladas com um diagnóstico de transtorno mental ou de deficiência intelectual. Finalmente, é difícil para uma sociedade progressista admitir que uma mulher com deficiência foi objeto de violência ou abuso [39].

Quando medidas são tomadas para acabar com a violência contra pessoas com deficiência, mirando “pessoas” com deficiência sem reconhecer que existem questões singulares para “mulheres” com deficiência, isto contribui para um conceito “neutro quanto ao gênero”, que ignora as mulheres com deficiência, torna invisíveis as suas necessidades e reforça o seu isolamento.

Considerando-se que a violência contra mulheres com deficiência está oculta e é ignorada, esta abordagem “neutra quanto ao gênero” aumenta o seu risco de exposição à violência.

RECOMENDAÇÕES

Conforme foi documentado nas seções acima, a violência contra mulheres com deficiência é uma profunda violação de direitos humanos que se manifesta de diversas formas, resultando em significativos danos físicos e emocionais. Tal violência pode ser perpetrada intencionalmente assim como através de práticas sistêmicas e societais consideradas “bem-intencionadas”. Um amplo conjunto de agentes intervenientes tem importantes papéis a desempenhar para garantir os direitos das mulheres com deficiência para ficarem livres da violência. Estes agentes intervenientes incluem: governos nacionais e locais, a ONU (em especial, a UN Women e o Fundo da População), provedores de serviços, doadores e sociedade civil (por exemplo, organizações de mulheres, grupos de direitos humanos, organizações de HIV e organizações de pessoas com deficiência).

Considerando-se a natureza grave e profunda da violência contra mulheres com deficiência, estes agentes intervenientes podem e devem executar um amplo leque de ações e iniciativas para assegurar que as mulheres com deficiência não se tornem vítimas da violência e para lhes proporcionar meios empoderados, acessíveis e seguros de recorrer em caso de violência.

Este Relatório oferece recomendações importantes para uma variedade de grupos de agentes intervenientes.

Algumas das recomendações são transversais para todos os agentes intervenientes referidos acima e deverão ser incorporadas em todas as ações e medidas que objetivem a proteção das mulheres contra o abuso e a violência. Algumas recomendações são principalmente dirigidas a órgãos governamentais e outras têm o objetivo de informar e orientar as ações dos defensores.



(1) Recomendações Transversais



É fundamental para quaisquer agentes intervenientes que eles ofereçam programas e recursos para mulheres com deficiência reconhecendo a heterogeneidade da deficiência e assegurando que mulheres com todos os tipos de experiência em deficiência sejam incluídas em todas as medidas relativas a mulheres com deficiência, e que tais medidas sejam de igual valor para todas as mulheres com deficiência. É decisivamente importante que mulheres com deficiência façam parte dos esforços de inclusão iniciados por governos, organizações de direitos humanos, parceiros de desenvolvimento e sociedade civil com o objetivo de avançar a questão do combate à violência contra todas as mulheres.

Os agentes intervenientes precisam assegurar que as mulheres com deficiência possam acessar fisicamente os programas e serviços, tomando medidas que lhes proporcionem acesso ao transporte ou outro apoio, proporcionem interpretação em língua de sinais e executem quaisquer outras ações que garantam que tais programas não excluam nenhuma mulher com base em sua deficiência (por exemplo, deficiências psicossocial e intelectual).

Os agentes intervenientes em todos os níveis deverão adotar medidas para combater o estigma, a discriminação e todos os tipos de violência contra mulheres e meninas com deficiência, através de campanhas de conscientização e debates comunitários, por exemplo. É importante para todos os agentes intervenientes e provedores de serviço estarem cônscios da necessidade de múltiplos formatos de comunicação e eles deverão disseminar informações em formatos que sejam acessíveis às pessoas com deficiências de aprendizagem e deficiências visual e auditiva (por exemplo, mediante o uso do braile, da língua de sinais e de uma linguagem facilmente compreensível).



(2) Recomendações para Governos Nacionais e Locais



  •  Adotem leis e políticas que reconheçam que todos os atos (por exemplo, violência psiquiátrica e internação forçada) que violam o direito à integridade corporal de mulheres com deficiência são ilegais e são considerados atos de violência.

  •  Incluam ativamente diversas mulheres com deficiência no desenvolvimento e implementação de programas, políticas e protocolos dirigidos para provedores de serviços, responsáveis pela aplicação da lei e outros funcionários que trabalhem junto a mulheres com deficiência.



(3) Recomendações para Órgãos Governamentais, Doadores Internacionais e Gestores de Desenvolvimento



  •  Assegurem que todas as pesquisas, ações e defensorias, relativas à violência contra mulheres com deficiência, incorporem os tipos de violência (por exemplo, violência psiquiátrica) identificados por mulheres com deficiência psicossocial; e investiguem plenamente as experiências delas.

  •  Assegurem que as mulheres com deficiência possam preservar sua capacidade legal e sua liberdade.

  •  Em parceria com organizações de pessoas com deficiência e outras entidades baseadas na comunidade, eduquem pais, parceiros, enfermeiros, cuidadores e outros provedores de serviços de saúde, para que eles tratem respeitosamente as mulheres com deficiência e lhes ofereçam atendimento de qualidade quando seus serviços forem solicitados.

  •  Treinem comunidades sobre como incluir, e comunicar-se com, pessoas que tenham os mais diversos tipos de deficiência a fim de evitarem o isolamento das mulheres e meninas com deficiência.



(4) Recomendações para Autoridades Locais, Comissões e Órgãos de Direitos Humanos, Trabalhadores de Ajuda Humanitária, Agências da ONU, Organizações Não-Governamentais e Provedores de Serviços Diretos



  •  Criem canais acessíveis para disseminar informações, prestar consultoria e denunciar todos os tipos de violência contra mulheres e meninas com deficiência.

  •  Levantem dados sobre o número de mulheres com deficiência que buscam serviços e programas de prevenção da violência contra mulheres e de atendimento às vítimas de tal violência e utilizem esses dados para desenvolver iniciativas mais inclusivas.

  •  Investiguem as causas de todos os tipos de violência contra mulheres com deficiência e, especificamente, as necessidades de meninas, mulheres idosas, mulheres solteiras, mulheres indígenas e mulheres que moram em zonas rurais, em relação ao isolamento e à vitimização que contribuem para a prática da violência em tais circunstâncias.

  •  Eduquem mulheres e meninas com deficiência sobre seus direitos humanos.

  •  Proporcionem às mulheres e meninas com deficiência informações e aconselhamento sobre questões de saúde sexual e reprodutiva.



(5) Recomendações para Organizações de Pessoas com Deficiência, Organizações Baseadas na Comunidade e Outros Membros da Sociedade Civil



  •  Desenvolvam serviços de defensoria, informação e apoio para mulheres e meninas com deficiência que tenham sobrevivido a qualquer tipo de violência.

  •  Treinem mulheres com deficiência para organizarem e gerenciarem eficientemente serviços de apoio, para desenvolverem habilidades e competências de autossuficiência econômica e para usarem tecnologias assistivas que propiciem maior autonomia e independência.



CONCLUSÃO


A violência contra mulheres com deficiência compartilha características comuns com a violência contra mulheres em geral, mas possui dimensões singulares também. A violência contra mulheres com deficiência é quase sempre um ato que é perpetrado contra o que é percebido como “um ser defeituoso” e é uma demonstração de um tipo socialmente aceitável de poder e controle sobre o corpo e a mente da mulher.

A falta de respeito pela pessoa das vítimas e a discriminação contra pessoas com base na deficiência são atos de violência em si mesmos e causam intensa frustração nas pessoas que forem alvo dessa discriminação.

Quando uma discriminação é cometida com base no gênero, a extensão da discriminação e da violência perpetrada contra mulheres com deficiência é inaceitável e intolerável. É incumbência de uma sociedade progressista fazer o que estiver em seu poder para acabar com a violência contra mulheres com deficiência.



Citações no corpo deste relatório:
[1] Desejando maiores informações sobre a INWWD (rede internacional de mulheres com deficiência), enviar e-mail para: inwwd@yahoo.com

[2] Iglesias, M. (1998). Violence and women with disability. Vedras, Espanha: AIES; The Swedish Research Institute for Disability Policy, HANDU AB. (2007). Men’s violence against women with disabilities. Synskadades Riksforbund, The Report Series, 2007 (1). Extraído, em 10/02/2011, de: http://www.wwda.org.au/swedishstudy1.pdf

[3] Department of Justice, Office of Justice Programs. (2009). Crime against people with disabilities, 2007. Bureau of Justice Statistics, Special Report. Extraído, em 10/02/2011, de: http://bjs.ojp.usdoj.gov/content/pub/pdf/capd07.pdf


[4] Frohmader, C. (1998). Violence against women with disabilities, A report from the National Women with Disabilities and Violence Workshop. Canberra: Women With Disabilities Australia (WWDA).

[5] United Nations General Assembly. (1993). Declaration on the Elimination of Violence against Women [A/RES/48/104]. Extraído, em 26/03/2011, de: http://www.un.org/documents/ga/res/48/a48r104.htm

[6] World Organisation Against Torture. (2010). Violence against women. Extraído, em 10/02/2011, de: http://www.omct.org/index.php?id=EQL&lang=eng


[7] European Disability Forum. (1999). Report on violence and discrimination against disabled people [Doc EDF 99/5 EN]. Extraído, em 10/02/2011, de: http://cms.horus.be/files/99909/MediaArchive/EDF%2099-5-iolence%20and%20discr-EN.pdf


[8] Iglesias, M. (2004). The nature of violence against disabled people. Extraído, em 10/02/2011, de: http://www.nda.ie/cntmgmtnew.nsf/0/BE967D49F3E2CD488025707B004C4016?OpenDocument


[9] Young, M., Nosek, M., Howland, C., Chanpong, G., & Rintala, D. (1997). Prevalence of abuse of women with physical disabilities. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 78 (Supplement), S34–8.

[10] Interim report of the Special Rapporteur on the question of torture and other cruel, inhuman or degrading treatment or punishment. (2008). UN Doc. A/63/175. Extraído, em 10/02/2011, de: http://daccessdds-ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/N08/440/75/PDF/N0844075.pdf?OpenElement


[11] Ibid.

[12] Ver também: Minkowitz, T. (2007). The UN CRPD and the right to be free from nonconsensual psychiatric interventions. Syracuse Journal of International Law and Commerce, 32(2), 405-428; e documentos e palestras sobre intervenções psiquiátricas forçadas, como torturas, disponíveis em: http://www.chrusp.org/home/resources

[13] Office of the United Nations High Commissioner for Human Rights. (2007). Expert seminar on freedom from torture and persons with disabilities. Extraído, em 10/02/2011, de: http://www2.ohchr.org/english/issues/disability/documents.htm


[14] Millett, K. (2005). Freedom from torture or cruel, inhuman and degrading treatment or punishment. Extraído, em 10/02/2011, de: http://www.mindfreedom.org/kb/mental-health-global/millett-freedomfrom-torture


[15] Ridington, J. (1989). Beating the odds: Violence and women with disabilities. Vancouver, Canada: DisAbled Women's Network (DAWN).

[16] Young et al., op. cit.

[17] Ibid.

[18] Nixon, J. (2009). Domestic violence and women with disabilities: Locating the issue on the periphery of social movements. Disability & Society, 24(1), 77-89.

[19] Frohmader, 1998, and Strahan, F. (1997). More than just a ramp - A guide for women's refuges to develop Disability Discrimination Act action plans. Preparado para: Women With Disabilities Australia (WWDA), Canberra, conforme citado em: Women With Disabilities Australia. (2004). Valuing South Australia's women: Towards a women's safety strategy for South Australia. Submetido ao South Australian Government's Discussion Paper. Canberra: WWDA. Extraído, em 10/02/2011, de: http://www.wwda.org.au/saviolsub.htm#three


[20] Young, et al., op. cit., p. 34.

[21] Nixon, op. cit.

[22] Interim report of the Special Rapporteur on the question of torture and other cruel, inhuman or degrading treatment or punishment, op. cit. (Ver parágrafos 40, 41, 44, 47-50, 61-65).

[23] Minkowitz, T. (2010). Abolishing mental health laws to comply with the Convention on the Rights of Persons with Disabilities. In: B. McSherry and P. Weller (Eds.), Rethinking Mental Health Laws. Oxford: Hart Publishing.

[24] Statistics Canada. (2006). Women in Canada: A gender-based statistical report (5ª edição). Extraído, em 25/04/2009, de: http://www.statcan.gc.ca/pub/89-503-x/89-503-x2005001-eng.pdf

[25] Waldrop, J., & Stern, S. (2003). Disability status: 2000. Census 2000 Brief. Extraído, em 25/04/2009, de: http://www.census.gov/prod/2003pubs/c2kbr-17.pdf.

[26] Eide, A.H., & Kamaleri, Y. (2009, January). Living condition among people with disabilities in Mozambique: A national representative study. SINTEF Health Research.

[27] Barriga, S.R., & Kwon, S.R. (2010). As if we weren't human: Discrimination and violence against women with disabilities in Northern Uganda. Human Rights Watch. Extraído, em 10/02/2011, de: http://www.hrw.org/node/92611

[28] Saxton, M., Curry, M.A., Powers, L., Maley, S., Eckels, K., & Gross, J. (2001). Bring my scooter so I can leave you: A study of disabled women handling abuse by personal assistance providers. Violence Against Women, 7(4), 393-417.

[29] Women with Disabilities Australia. (2004). Valuing South Australia's women: Towards a women's safety strategy for South Australia. Submetido ao South Australian Government's Discussion Paper. Canberra: WWDA. Extraído, em 13/02/2011, de: http://www.wwda.org.au/saviolsub.htm#three

[30] Saxton, et. al., op. cit.

[31] Young, et. al., op. cit.

[32] Traustadottir, R. (1990). Women with disabilities: The double discrimination. Syracuse, NY: Center on Human Policy, conforme citado em: Waxman Fiduccia, B.F., & Wolfe, L.R. (1999). Violence against disabled women. Center for Women Policy Studies. Extraído, em 25/03/2011, de: http://www.centerwomenpolicy.org/pdfs/VAW5.pdf

[33] Burstow, B. (2006). Electroshock as a form of violence against women. Violence Against Women, 12(4), 372-392.

[34] Burstow, B. (2006). Understanding and ending ECT: A feminist perspective. Canadian Woman Studies, 25(1,2), 115-123.

[35] Women with Disabilities Australia (2004), op. cit.

[36] Ibid.

[37] Interim report of the Special Rapporteur on the question of torture and other cruel, inhuman or degrading treatment or punishment, op. cit.

[38] Ver, por exemplo: Andrews, A.B., & Veronen, L.J. (1993). Sexual assault and people with disabilities. Journal of Social Work and Human Sexuality, 8, 137-159, conforme citado em: Women With Disabilities Australia, 2004.

[39] Meninas, mulheres idosas e mulheres indígenas com deficiência enfrentam barreiras e violência adidionais em consequência das formas de discriminação ainda mais complexas, que estão além do escopo deste relatório.





Fonte: INFOATIVO.DEFNET Nº 4527 - ano 15 - 06/06/2011 / EDIÇÃO EXTRA
Editor Responsável - Dr. Jorge Márcio Pereira de Andrade - CREMESP 103282
A CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - DECRETO 6949/2009



segunda-feira, 30 de maio de 2011

Atividade no CICA - 13 de maio Denucie o Rascimo

Salve a Tod@s

Numa manhã fria do dia 28/05 participamos da Atividade no Centro de Convivência Infantil, Familiar e Comunitário "Clara de Assis" na Bela Vista região central da cidade de São Paulo, cuja caracteristica de moradia é Albergues, Abrigos e Cortiços, realidade destas familias. Foi uma manhã de re-significações com a Tematica: "13 de maio - Denucie o Rascismo", realizamos um bate-papo com intervenção poética... além da Exposição "Mulheres de Minha Terra" de Sonia Bischain... depois alimentamos a alma com entrega de livros e  alimentamos o corpo com uma maravilhosa feijoada...




Crianças do Centro Infantil

Mães, Pais , Familiares e Comunidade















Axé para Nós

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Abdias do Nascimento

Foto: Fernando Ribeiro



Faleceu na manhã desta terça-feira, no Rio de Janeiro, o ativista do movimento negro Abdias do Nascimento, 97. Ex-deputado, secretário estadual e senador, Abdias foi também pintor, escritor, poeta e ator.
Sua defesa dos direitos humanos dos afrodescendentes lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Nobel da Paz em 2010.
Foi dele a sugestão de instituir, em São Paulo, o Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro desde 2006.

Abdias nasceu em 14 de março de 1914 na cidade de Franca, localizada no interior de São Paulo, a 400 km da capital. Filho de uma doceira e de um sapateiro, viveu a maior parte da vida no Rio de Janeiro, onde se formou em economia.
Começou a militar na década de 30, quando ingressou na Frente Negra Brasileira. Em uma viagem pela América do Sul com um grupo de poetas, assistiu a um espetáculo onde um ator branco pintava o rosto para interpretar um negro.
O episódio marcou Abdias e o levou a fundar o Teatro Experimental do Negro, após ter cumprido pena na penitenciária do Carandiru, preso pelo governo de Getúlio Vargas por resistir a agressões racistas.
O Teatro Experimental do Negro formou a primeira geração de atores e atrizes afrodescendentes do Brasil, e também contribuiu para a criação da literurgia dramática afro-brasileira.
Abdias se encontrava nos Estados Unidos quando o regime militar promulgou o Ato Institucional nº 5 e, por causa de diversos inquéritos policiais dos quais era alvo, foi impedido de retornar ao Brasil. Seu exílio durou 12 anos.
Além do Teatro Experimental do Negro, o legado de Abdias inclui também o Ipeafro, fundado por ele em 1981, o jornal "Quilombo", criado em 1968 e mais de 20 livros publicados durante várias décadas.
Além da indicação ao Prêmio Nobel da paz, Abdias recebeu honrarias dos Estados Unidos, Nigéria, México, Unesco e ONU. No Brasil, recebeu, em 2006, a Ordem do Rio Branco, no grau de Comendador - a honraria mais alta outorgada pelo Governo brasileiro.
Porém, sua luta e legado nos ficam como uma caminhada pulsante na ação de todo ser humano que combate a discriminação racial. Não há como situar os debates e conquistas do povo negro hoje, sem conectar com Palmares há 400 anos atrás, não há como pensar Palmares separado do TEN, e não há como desconectar o TEN de tantas outras iniciativas, na história e no presente, que mantém nossa chama acesa pelos quilombos e mocambos modernos.

 

Tá valendo Abdias!
Axé pra nós
 

terça-feira, 24 de maio de 2011

XIII SEMANA DA ÁFRICA 2011

Semana da África em São Paulo e Salvador           



A XIII SEMANA DA ÁFRICA 2011 está programada do dia 25 ao dia 28 de maio e contará com atividades culturais, recreativas e de reflexão, envolvendo mesas-redondas, cursos, exposição, projeção de filmes e o Prêmio Kabengele Munanga sobre temas voltados para a África. O evento, organizado pela ONG Fórum África, já é tradição neste mês, quando se comemora, em 25 de maio, o dia da África.
O evento tem caráter sociocultural e visa a desconstrução dos estereótipos criados sobre a África, e a construção de um novo olhar sobre a população africana.



ABERTURA OFICIAL DA XII SEMANA DA ÁFRICA

África: expressões culturais, diáspora e criatividade.



ABERTURA:

Prof. Dr. Saddo Ag Almouloud (PUC/SP) - Presidente do Fórum África
Prof. Dr. Kabengele Munanga (USP) - Presidente de Honra de Fórum África
Prof. Dr. Boni Yavo (Universidade Nove de Julho) - Presidente de Honra de Fórum África
Sr. Antonio Donato, Vereador da Câmera Municipal de São Paulo
Deputado Estadual José Cândido – São Paulo-SP
Deputado Estadual Simão Pedro – São Paulo-SP

LOCAL: Câmara Municipal de São Paulo - Viaduto Jacareí, 100 - Bela Vista, 1º andar.
DATA: quarta-feira 25/05/2011 HORÁRIO: 19h00



DEBATES E REFLEXÕES

CONVIDADOS

Excelência Sr. Ibrahim Gaye Cônsul Honorário do Senegal em Belo Horizonte, Diretor Centro Cultural Casa África



CURSO COORGANIZADO COM O CEA-USP:

África: expressões culturais, diáspora e criatividade.

De Quinta-feira a Sábado - de 26 a 28 de maio de 2011
LOCAL: USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária. Prédio de Filosofia e Ciências Sociais da FFLCH-USP

As inscrições serão prévias e o curso dará direito a certificado de participação.



PROGRAMAÇÃO DO CURSO:

TEMA 1: O desafio da proteção e promoção da diversidade das expressões culturais do mundo negro

LOCAL: USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária. Prédio de Filosofia e Ciências Sociais da FFLCH-USP, Sala 119
DATA: Quinta-feira: 26 de maio
HORÁRIO: das 14h00 às 17h00.

CONVIDADO:
Prof. Dr. Salloma Salomão Jovino da Silva
Departamento de História do Centro Universitário Fundação Santo André
Coordenador: Pr. Dr. Kabengele Munanga - USP



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TEMA 2: Contribuição da África e sua diáspora à ciência e patrimônio da humanidade

LOCAL: USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária. Prédio de Filosofia e Ciências Sociais da FFLCH-USP, Sala 111
DATA: Sexta-feira, 27/05/09
HORÁRIO: das 14h00 às 17h00.

CONVIDADO:
Prof. Dr. Acácio Sidnei Almeida Santos
Departamento de Antropologia da PUC/SP
Coordenador: Prof. Dr. Boni Yavo - UNINOVE



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Tema 3: Criatividade, criadores africanos.

CONVIDADA:

Profa. Dra. Marta Heloísa Leuba Salum (Lisy Salum)
Divisão Científica / Etnologia Africana
Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo
Coordenador: Sr. Meite Hamadou

LOCAL: USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária. Prédio de Filosofia e Ciências Sociais da FFLCH-USP, Sala 18
DATA: Sábado, 28/05/2011
HORÁRIO: das 09h00 às 12h00



PREMIO KABENGELE MUNANGA
LOCAL: USP - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - Cidade Universitária. Prédio de Filosofia e Ciências Sociais da FFLCH-USP - Sala 8
DATA: Sábado, 28 de maio de 2011
HORÁRIO: Das 14h00 às 17h00.



Apresentação em forma de sessões coordenadas, seguidas de debates sobre os trabalhos selecionados para concorrer ao prêmio.



SHOW DE BUKASSA KABENGELE

DATA: 28/05/2011 HORÁRIO: 20h00

LOCAL: Biblioteca Alceu Amoroso Lima – Rua Henrique Schaumann, 777, São Paulo - SP

COQUETEL E PREMIAÇÃO: 19h00

JANTAR BAILE
O encerramento das atividades será um jantar de confraternização, com pratos típicos de diversos países africanos; Música africana.
DATA: 11 de junho de 2011 às 21h00










V SEMANA DA ÁFRICA DE 23 A 25 DE MAIO DE 2011
Tema: Bahia: a revisitação das matrizes civilizatórias africanas na diáspora
http://www.vsemanadaafrica.com.br/


PROGRAMAÇÃO


ABERTURA:

Local: Auditória da Reitoria da UFBA – Canela

DIA: 23 de Maio (segunda–feira)

17h20–Recepção

18h00– Sessão solene de abertura da Semana da África

Msc. Augusto Cardoso - Comissão Organizadora

Drª. Reitora Dora Leal Rosa
Dr. Fernando Schmidt
Dr. Almiro Sena
Dr. Reitor Lourisvaldo Valentim
Dr. Marcio Meireles
Dr. Jaime Sodré
Dr. Mamadu Lamarana Bari



Saudação musical:

Kainã e Luisinho do Jeje
Srª. Wil Carvalho e Dão – Hino Nacional Brasileiro
Coral do Colégio Estadual Renan Baleeiro
Dudu Rose – Senegal
Palestrante: Prof. Dr. Jaime Sodré



DIA 24 DE MAIO (TERÇA–FEIRA)


SESSÕES TEMÁTICAS

Local: Faculdade de Economia / Auditório UFBA – (Praça da Piedade)

MESA – 01

9h00 – 10h30

Prof. Dr. Ubiratan Castro – Semelhanças Civilizatórias Bahia África
Prof. Jorge Portugal – A civilização Africana e a Diáspora na Educação
Profa. Myriam Fraga – A África em Jorge Amado
Prof. Dr. Lívio Sansone – UFBA e Estudantes Africanos
Prof. Dr. Mamadu Lamarana Bari– A experiência Africana na Bahia
Moderadora: Milene de Macedo Sena - Especialista - educação–UFBA



Intervalo: 10h30 – 11h00



Mesa - 02

11h00 – 12h30

Dr. Rogério Andrade Barbosa – Contos Tradicionais Afro-brasileiros e a Educação
Sra. Cleidiana Ramos – A cobertura jornalística africana na Bahia e no Brasil
Dr. Elias Sampaio – Redes sociais e a civilização Afro-baiana
Dr. Eraldo Moura Costa – A cooperação baiana no campo da saúde para África
Poeta José Carlos Limeira – uma poética africana e uma poética Afr-Baiana
Moderadora: Ardjana F. Rubaldo (Mestranda - Estudo Feminista-UFBA)


12h30 – 1h30 – Almoço



Mesa – 03

1h30 – 15h00

Profª. Msc. Vilma Reis – Papel civilizatório das mulheres: África e Bahia
Dr. Hippolyte Brice Sogbossi - Etnicidade e culturas na África e sua importância na Diáspora.
Dr. Paulo José Gonçalves de Souza – UNEB e os estudantes africanos.
Dr. Ailton Ferreira – SEMUR- Salvador e a ação civilizatória africana.
Msc. Victor Insali – África e Direitos humanos - Guiné-Bissau
Moderadora: Cremilde Alves – (Mestranda Sociologia –UFBA)



15h00 – 15h30 - Intervalo



SESSÃO DE COMUNICAÇÃO

15h30 – 18h00
Apresentação de trabalhos pelos estudantes
Moderadora: Lidiane Duarte Varela (Graduanda Odontologia - UFBA)



DIA 25 DE MAIO

9h00 – 11h30
Dr. Rogério Andrade Barbosa – A literatura e contos tradicionais afro-brasileiros e africanos.
Victor Insali – Carta Africana - Guiné-Bissau
Dr. Nirlene Nepomuceno - Universo da diáspora afro-latino-caribenha
Prof. Msc. Camilo Afonso - Cooperação África e Bahia
Prof. Dr. Claudio Furtado - Pensamento Africano
Profª. Drª. Maria de Lurdes Siqueira - Ação civilizatória das mulheres africanas na Diáspora.
Moderador: Eduardo Carneiro (Eng. Civil – UNIFACS)



ENCERRAMENTO

15h00
A Colaboração Culturais Brasil África
Dr. Albino Rubim – Intercâmbios Culturais e real Colaboração Brasil África
Apresentação Cultural dos Estudantes Africana (Dança da Família)

SEMENTE DO FUTURO

DIA 28 DE MAIO (sábado)- VILA VELHA - CRIANÇAS

- GRIOT / GRIÔS

9h00 – 11h00
Grupo de Teatro da Biblioteca Infantil Monteiro Lobato
Estudantes Africanos Contadores da Historia (GRIOT / GRIÔS)



Fonte: Quilombhoje, dia 23 de maio de 2011.
 
 
Axé pra Nós

quinta-feira, 19 de maio de 2011

18 de maio - Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes



Salve a Tod@s,


Dia18 de Maio de 2011... DIA NACIONAL DE COMBATE AO ABUSO E EXPLORACAO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
Os jornais pouco falaram, e se falaram não foi com destaque... Sim, este É um assunto complicado, difícil de ver, discutir, afinal de contas a maior parte do problema está em casa, o abusador esta muito próximo de nós, e o abusado ainda mais...

“Segundo Antonio de Pádua Serafim, psicólogo e coordenador da pesquisa sobre as agressões, em 88% dos casos de abuso infantil, o agressor faz parte do círculo de convivência da criança.
O pai (38% dos casos) é o agressor mais comum, seguido do padrasto (29%). O tio (15%) é o terceiro agressor mais comum, antes de algum primo (6%). Os vizinhos são 9% dos agressores e os desconhecidos são a minoria, representando 3% dos casos.”

O Silencio é geral, a relação abusador e abusado são muito próximas... se meu pai entra no meu quarto no meio da noite, ele é MEU PAI, aquele a quem eu supostamente devo confiar... pelo menos é isso que as novelas, programas de televisão me mostram... a família Doriana, a família perfeita onde todos se amam, se respeitam, e se tratam bem... aí penso, como uma criança em fase de desenvolvimento pode ter naturalidade para lidar com algo que nós “adultos” ainda temos tanto medo de olhar... Se falar sobre sexo com nossas crianças, e adolescentes ainda é um TABÚ, como poderemos exigir que eles confiem em nós para contar algo tão sério e preocupante quanto uma exploração?!

O Combate não é só no dia de hoje, é claro que não... porém me pergunto como o dia dos namorados, dia das mães, dia dos pais, natal e essa infinidade de datas comemorativas podem ser tão atrativas, e tão lembradas por todos os meios de comunicação, recordo que recentemente no dia das mães, fui quase ameaçada a demonstrar meu amor e carinho a minha mãe presenteando-a com os belíssimos móveis da Marabráz, ou celulares de ultima geração das lojas Americanas... meu e-mail ficou lotado de ofertas, nunca tive tantas opções de presentes... de chinelo a carro importado, tudo estava ao alcance de meus olhos, a um click de chegar em minha casa via correio. As crianças voltavam das escolar cheias de cartões e presentinhos, ensaiaram musicas e poemas para esta data tão importante...

Porém, o DIA NACIONAL DE COMBATE AO ABUSO E EXPLORACAO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES, sequer recebeu atenção... Você pode me afirmar com certeza que se teu filho (a), sobrinho (a), primo (a) ou alguém próximo de você nunca sofreu algum tipo de violência sexual? Sabe a que órgão recorrer?

A informação ainda é a melhor forma de combater a violência...


Segue links materiais interessante...



Em oito anos, Disque 100 registra 52 mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes


ONG alerta para risco de aumento da exploração sexual durante a Copa de 2014




 
 

Axé praNós

segunda-feira, 16 de maio de 2011

II Curso de Implementação a Lei 10.639/03

Salve a Tod@s,

Segue informes sobre II Curso de Implementação a Lei 10.639/03. Trata-se de um curso de formação para educadores e afins, de fomento de saberes sobre relações raciais e história da Africa e dos Afrobrasileiros.





 
Axé pra nós

quinta-feira, 12 de maio de 2011











Salve a Tod@s,


No dia 05 de maio somamos com noss@s parceir@s de Pirituba do Sarau Elo da Corrente na III Abolindo a Escra-Visão no Brasil. Comungamos sobre a Mulheres Negras: resistências, lutas e conquistas, além da intervenção do "Levante". Confraternizamos com um delicioso Caldinho de Feijão.

Ju Queiroz, Raquel Almeida, Ju Balduino, Samanta Biotti e Sirlene Santos

"Levante"
 Axé pra Nós

terça-feira, 3 de maio de 2011

III ABOLINDO A ESCRA-VISÃO NO BRASIL - SARAU ELO DA CORRENTE – MAIO 2011

Dia 05/05 (Quinta-Feira)


Mulheres Negras: resistências, lutas e conquistas

Facilitadora: Juliana Queiroz dos Santos (Educadora social, produtora cultural e ativista negra-feminista)

Intervenção: Sirlene de Jesus ("Levante"- dança) e Coletivo Esperança Garcia

Degustação: Caldinho de Feijão


Julina Queiroz


Sirlene de Jesus














Dia 12/05 (Quinta-Feira)

Instrumentos que falam: Gingas e acordes da história


Facilitador: Mestre Pedro Miguel (capoeirista e arte-educador)

Degustação: Caldo de Mocotó


Dia 19/05 (Quinta-Feira)

Há uma ventania soprando em nossas páginas

Facilitadora: Miriam Alves (escritora e professora de cultura e literatura afro-brasileira)

Degustação: Vaca Atolada


Miriam Alves

BAR DO SANTISTA

RUA JURUBIM, 788 - PIRITUBA

20:30h


Esse será o primeiro ano desse evento em que as rodas de conversas não terão a poesia como complemento, ou seja, não haverá recita de poemas, para que cada facilitadora(or) possa instigar nossa troca com mais calma e atenção, deixando fluir seus conhecimentos artes e artimanhas. Mas teremos os saraus, no formato tradicional, na Biblioteca Brito Broca (Pirituba) dias 06 e 27/05 para saciar a nossa fome de versado.
 
 
http://elo-da-corrente.blogspot.com/2011/05/iii-abolindo-escra-visao-no-brasil.html

domingo, 1 de maio de 2011

Corporeidade Poética: Transcendendo o Corpo Partindo da Ancestralidade Africana

Corporeidade Poética: Transcendendo o Corpo Partindo da Ancestralidade Africana


Vivência Lúdica e Cultural no Cedem/Unesp: 12/05/2011

Sons. Ritmos. Batuques. Poemas. Versos. Frases. Corpos. Corporeidades. Gestos. Ancestralidades. O contra-saber não é um saber contra, mas sim um saber que se constrói na contra mão daquilo que é considerado como norma. Refletir o poema, o som, o corpo e o gesto dentro da Pedagogia da Ancestralidade, é enxergar novas formas de se construir saberes e conhecimentos diversos. Aos interessados, a roupa, própria para o movimento, será fundamental nesse dia, assim como uma toalha. O conhecimento que visa ser de corpo inteiro é ato de convivência. É revolucionário porque se afirma no encontro poético com a sua e a minha natureza. Venha preparado para doar seu corpo e sua energia.


Palestrante

- Kiusam de Oliveira: Escritora, autora do livro Omo-Oba: Histórias de Princesas (Mazza Edições), recomendado pela FNLIJ/2010 e selecionado pelo PNBE/2010. Arte-educadora, bailarina e coreógrafa. Professora. Doutora em Educação e Mestre em Psicologia pela USP. Pedagoga especialista em Deficiência Mental e Orientação Educacional. Assessora na Secretaria de Cultura de Diadema/SP. Especialista nas temáticas de gênero, raça, identidades negras, corporeidade afrobrasileira, candomblé de ketu e educação. Diretora do Programa de Rádio Povinho de Ketu. Site: www.kiusam.com.br


Arte-Educadores (as) e Especialistas Convidados (as)


- José Geraldo Neres: Poeta, roteirista, dramaturgo e produtor cultural. Autor dos livros de poesia: Pássaros de Papel (Dulcinéia Catadora, 2007), Outros Silêncios, Prêmio ProAC da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo 2008, (Escrituras Editora, 2009). Seu livro Olhos de Barro recebeu menção especial na 3ª edição do Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura (ficção - 2010). Blog: http://neres-outrossilencios.blogspot.com


- Edleuza Ferreira da Silva: Licenciada em Língua Portuguesa. Doutora em Educação. Monitora do Núcleo da Palavra do Laboratório Experimental de Arte-Educação & Cultura da Faculdade-Lab_Arte de Educação da USP e instrutora da Escola de Formação do Servidor da Prefeitura da Cidade de São Paulo. Especialista em orientação de leitura e redação para disléxicos e pessoas com déficit de atenção e estrangeiros. Revisora. E-mail: edleuzaferreira@terra.com.br

- Radi Oliveira: Pedagoga, arte-educadora, poetiza, produtora cultural, coordenadora de projetos culturais do Centro Educacional Unificado – CEU Alvarenga. E-mail: radi_oliveira@yahoo.com.br


Percussionistas

- Patrícia Vianna: Arte-educadora graduada em linguagens da arte e pós-graduada em arte-educação. Musicista especialista em percussão brasileira. E-mail: patibatuca@hotmail.com

- Ogan Robson: Ogan e percussionista do Grupo Omo-Ilú. Instrutor de capoeira. E-mail: Robson-barreto@ig.com.br


Mediador

- Oscar D´Ambrósio: Mestre em Artes – UNESP/Campus São Paulo, Crítico de Arte, Escritor, Jornalista e Coordenador de Imprensa/Reitoria da UNESP. E-mail: odambros@reitoria.unesp.br


Inscrições gratuitas c/ Sandra Santos pelo e-mail: ssantos@cedem.unesp.br

Data e horário: 12 de maio de 2011 (quinta-feira) às 18h30
Local: CEDEM-Praça da Sé, 108 – auditório no 7º andar (metrô Sé)
(11) 3105 - 9903 - www.cedem.unesp.br