domingo, 31 de julho de 2011

Racismo no jogo do Santos X Flamengo

Até quando teremos cenas como esta?
Na última quarta-feira (27), no antológico jogo entre Santos e Flamengo, algo me chamou mais a atenção do que os dribles de Neymar e o show de Ronaldinho. Alguns jogadores do Flamengo, reservas, foram absurdamente agredidos pela torcida do Santos: macaco, crioulo safado, só podia ser preto, sai daí macaco favelado. Essas eram algumas das ofensas menos mal educadas proferidas pela torcida do Santos.
Entre os jogadores do banco estavam David Braz e Diego Mauricio, só para citar alguns. Também me senti ofendido e entre os “crioulos safados”, mas é melhor pôr as coisas no lugar. Será que era a torcida do Santos ou apenas um grupinho que manifestava a sua ira contra os atletas?
Apesar de alguns ainda insistirem que não somos racistas, essas manifestações trazem consigo uma carga de história.Tenho a impressão de que, às vezes, parece mesmo que isso nasceu para nunca acabar. Vamos imaginar que um dos senhores que gritava, como se fosse seu último ato na vida, estivesse acompanhado por ninguém menos do que seu neto. Apesar de estamos num estádio de futebol, lugar de alegria e confraternização, é também onde a criança recebe a energia de palavras que em nada tem relação com esporte, amor e respeito.
Como se não fosse o bastante, eu via no minuto seguinte esse senhor abraçar a criança que antes o olhava sem demonstrar repúdio ou desaprovação, mas que queria apenas comemorar o gol de Neymar.
De fato era uma noite histórica. Pois o Flamengo fazia uma partida nunca imaginada, o Santos também, e os pretos Ronaldinho e Neymar protagonizavam na Vila, casa do rei dos pretos e não pretos, uma noite memorável.
Memorável em todos os sentidos, até mesmo pela humildade e educação de Neymar ao reconhecer a genialidade do seu adversário, 12 anos mais velho, ou mais experiente, como preferirem. Educação essa que faltou a alguns dos torcedores que também protagonizaram uma cena bizzara, que deveria ser banida, não dos estádios, mas dos corações de todas as pessoas, inclusive de bem, dos homens de bom coração.
Por Celso Athayde. Disponível em: http://colunistas.yahoo.net/posts/12695.html

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Salve a Tod@s,



No dia 28 de julho, no Rio de Janeiro, morre a protagonista de uma realidade de vida e protagonista  do premiado documentário "Estamira" (2005). Estamira Gomes de Souza, que tinha 72 anos.
Estamira estava internada  no Hospital Miguel Couto, na Gávea, desde a terça-feira (26). Ela sofria de diabetes e morreu em decorrência de uma infecção generalizada.


Salve Estamira...


Axé pra Nós




quarta-feira, 27 de julho de 2011

IV - Seminário Nacional e V Seminário Internacional " Mulher e Literatura - tema: Palavra e Poder representações literárias ", vai homenagear escritoras afro-brasileiras

O XIV Seminário Nacional e V Seminário Internacional "Mulher e Literatura",  tem como tema : Palavra e Poder representações literárias, vai homenagear escritoras afro-brasileiras. O evento  vai acontecer nos dias 04,05 e 6 de agosto em Brasília, e as escritoras Esmeralda Ribeiro, Conceição Evaristo. Lia Vieira, Miriam Alves, Ana Maria Gonçalves, Geni Guimarães são escritoras convidadas.
Toda a programação está disponível: www.telunb.com.br/mulhereliteratura/



axé!




Juliana Balduino
Coletivo Cultural Esperança garcia

"Formação na arte de contar histórias - agora é você que vai contar"

Cia Ilumina de Contadores de Histórias


ministra curso gratuito

Duração : 1 dia Carga Horária : 04 h



"Formação na arte de contar histórias - agora é você que vai contar"



DIA : 16/08 , das 13h às 17h



Local : Auditório da Biblioteca Pública Monteiro Lobato, à Av. Marechal Rondon, 260 – Centro de Osasco

PÚBLICO ALVO : pessoas com mais de 18 anos, preferencialmente professores e estudantes universitários

VAGAS : 40

PRAZO PARA INSCRIÇÕES : até 12/08/11

DADOS PARA INSCRIÇÃO : nome completo , e.mail , fone fixo / celular

Universitários : nome da faculdade e do curso, para emissão de declaração de participação para AACC


INSCRIÇÕES : junto ao Setor de Extensão Cultural da biblioteca – Fones : 3682 271, 3685 1648, ramal 24 ou por e.mail : mahxandre@gmail.com



Juliana Balduino
Coletivo Cultural Esperança Garcia

Carolineando - Olhares e Leituras sobre Carolina Maria de Jesus

Sábado, 30 de julho · 18:00 - 20:00 - CEU Jaçanã - Avenida Antônio César Neto, 105/ Rua Costa Brito, s/n. Jaçana, Zona Norte. Entrada franca.





Este projeto pretende aproximar o público, principalmente os jovens da vida e da obra de Carolina Maria de Jesus por meio da exposição fotográfica de Diego Balbino que registrou catadoras de papelão pela Cidade de São Paulo, e ficará exposta todo o mês de julho nas dependências do CEU. E encerra a atividade no dia 30 (sábado), 18h, com um bate-papo sobre a vida da escritora com as jornalistas Paola Prandini e Cinthia Gomes. Apresentação do sarau literário com Elizandra Souza , Allan da Rosa e Rabi (percussão). Realização: Afroeducação. Atividade apoiada pelo VAI/2011.


Mensagem recebida :Agenda Cultural da Periferia


Juliana Balduino
Coletivo Cultural Esperança Garcia


segunda-feira, 25 de julho de 2011








imagem/google



Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha






  O Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha foi criado em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana. Estipulou-se que este dia seria o marco internacional da luta e da resistência da mulher negra. Desde então, sociedade civil e governo têm atuado para consolidar e dar visibilidade a esta data, tendo em conta a condição de opressão de gênero e racial/étnica em que vivem estas mulheres, explícita em muitas situações cotidianas.
  O objetivo da comemoração de 25 de julho é ampliar e fortalecer às organizações de mulheres negras do estado, construir estratégias para a inserção de temáticas voltadas para o enfrentamento ao racismo, sexismo, discriminação, preconceito e demais desigualdades raciais e sociais. É um dia para ampliar parcerias, dar visibilidade à luta, às ações, promoção, valorização e debate sobre a identidade da mulher negra brasileira.


Axé pra Nós

domingo, 24 de julho de 2011

Dôssie revela que mulheres negras são as maiores vítimas de homicídio doloso



Rio de Janeiro - A mulheres negras têm mais chance de serem alvo de violência no Rio de Janeiro, segundo constata pesquisa divulgada pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), na semana passada, baseada em dados coletados em 2009.

O Dossiê Mulher 2010 mostra que as mulheres pretas e pardas (negras, na categoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) são a maioria entre as vítimas de homicídio doloso – aquele em que há intenção de matar - (55,2%), tentativa de homicídio (51%), lesão corporal (52,1%), além de estupro e atentado violento ao pudor (54%). As brancas só eram maioria nos crimes de ameaça (50,2%).

De acordo com a coordenadora da organização não-governamental Crioula, Lúcia Xavier, embora o racismo não esteja evidente nos casos de violência contra a mulher negra, está por trás de processos de vulnerabilização dessas mulheres, que as deixam mais expostas a situações de violência. Para ela, a sociedade desqualifica as mulheres negras.

”O racismo permite que a sociedade entenda que essas mulheres [negras] podem ser violentadas”, afirmou Lúcia. “Está aí a representação delas como lascivas, quentes, sem moral do ponto de vista da sua experiência sexual. Logo, acabam mais vulneráveis para essa violência”.

Em todos os crimes listados no dossiê, também chama a atenção o percentual de vítimas que conheciam os agressores. Nos casos de lesão corporal, 74% das mulheres tiveram contato com os acusados, entre os quais 51,9% eram companheiros ou ex-companheiros. Pai ou padrasto, parentes e conhecidos somaram 22,1% dos agressores.

Nas ocorrência de tentativa de homicídio, a pesquisa constatou que em 45,8% dos casos as vítimas também conheciam os agressores, assim como em 38,8% dos casos de estupro e atentado violentado ao pudor, dos quais 58,4% do total de vítimas tinha até e 17 anos.

“As pessoas que se relacionam intimamente também reproduzem essa violência simbólica do racismo”, destacou a coordenadora da Crioula.

Um das pesquisadoras responsáveis pelo estudo do ISP, a capitã da Polícia Militar Cláudia Moares, não faz a mesma avaliação de Lúcia Xavier. Para a militar, a pesquisa não traz elementos suficientes para relacionar a violência contra as mulheres negras ao racismo.

Cláudia destaca também que as mulheres brancas, em termos percentuais, sofrem quase a mesma violência que as mulheres pardas.

“Essa violência, do tipo doméstica, é democrática, afeta todo os níveis e classes sociais”, afirmou. A pesquisadora também questionou o critério de auto-declaração racial, definido pela própria vítima.

“A pesquisa não traz elementos para afirmar que a questão de raça é um fator motivador da violência. Encontramos maior distribuição [entre pretas e pardas], até porque essa cor é auto-declarada, não é estabelecida pela pessoa que fez o registro”, explicou Claudia.

Di Rainha II


Salve, salve para todas as guerreiras e guerreiros que acompanham, colaboram e participam de nossos trabalhos!!! Compartilhamos com vocês alguns momentos da segunda edição da festa Di Rainha no Fábrica Lapa a noite black foi organizada pelas meninas do ColetivoManifesto Crespo - Lúcia Udemezue, Dena Hill, Nina Viera e Yaisa.




Sábado 16/07 na festa " Di Rainha"  




Nina - Manifesto Crespo

Dena Hill, Nina e Yaisa- Manifesto Crespo

Sirlene - Coletivo Cultural Esperança Garcia

Flávia Rosa- Cia Arte Negra Capulanas, Coletivo Cultural Esperança Garcia e Divino Silva- Elo da Corrente




Intervenção artística " Lugar" - Coletivo Cultural Esperança Garcia
axé!



Juliana Balduino
Coletivo Cultural Esperança Garcia


segunda-feira, 18 de julho de 2011

EM COMEMORAÇÃO AO MÊS DO ROCK, A SEGUNDA EDIÇÃO DO PROJETO ESPREMEDOR ACONTECERÁ NO PRÓXIMO DIA 23 DE JULHO (Sábado), NA COMUNIDADE CULTURAL QUILOMBAQUE EM PERUS COM AS BANDAS.



A FÚRIA
Formada em 2009, na cidade do Recife, a banda apresenta seu rock’n'roll com pegada regional.


O Mandruvá
"Música e atitude em transpiração!"
Formada em 2003 com o intuito de fazer um trabalho a partir de elementos do rock, funk/soul, rap, reggae, hard core e principalmente da vasta cultura brasileira..



POP STARS ACID KILLERS
"Explosão de Rock n' Roll Assassino! Batera, baixo, guitarra, bebida, adrenalina, suor e sangue compõem o Popstars Acid Killers, que desde 2001 vem fazendo shows altamente destrutivos, descontrolados e insanos. Em 2004 saiu o primeiro CD com 9 músicas entitulado "?", pelo selo independente Sinfonia de Cães. No ano seguinte, a música "Suck" fez parte da compilação "Sinfonia de Cães 2.500 tons". Em dezembro de 2007 o SPLIT: "Backseat Drivers vs Popstars Acid Killers", com mais 6 faixas inéditas, foi lançado novamente pelo Sinfonia de Cães em parceria com o selo Pisces Records. No final de 2008 sai o novo album "Rock n' Roll Genocide", que tambem da nome a tour Brasil/Uruguay/Argentina que a banda realizou entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009. Atualmente o PAK é Carol Doro no Baixo, Renato Roitman na Batera e Roger Duran na Guit


MAIS EXIBIÇÃO DO DOCUMENTÁRIO


A Cultura em Luta Pela PAZ | Documentário e Livro - São Paulo, Brasil (Maio/2011)
O Documentário de 1 hora mostra uma parte da história do espaço CICAS e alguns dos grupos e indivíduos que contribuíram para fortalecer a resistência cultural neste e em diversos outros locais que por sinal também sofrem ações de repressão por parte do poder público em diferentes momentos de suas existências.
O Livro que acompanha o longa traz depoimentos e fotos de diversos colaboradores.

Direção e Roteiro: Roger Duran | Câmeras: Fabricio Cabral Trindade, Clayton João, Luis Carlos Sendro Junior, Roger Duran | Fotografia: Carol Doro, Fabricio Trindade, Pedro Prachia, Rafael Silva | Edição de Áudio e Trilha Sonôra: Renato Gimenez | Edição de Vídeo: Fabricio Cabral Trindade e Roger Duran | Criação Gráfica: Gabriela Duarte Tonini e Carol Doro | Comunicação e Redação: Pedro Prachia, Vagner Souza e Luis Carlos Sendro Junior | Produção: Clayton João | Assistência de Produção: Angelica Maria Cunha do Prado
Realização: Sinfonia de Cães, CICAS - Centro Independente de Cultura Alternativa e Social,
Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso e Secretaria de Cultura de São Paulo.





domingo, 17 de julho de 2011

A Mulher Negra

A situação da mulher negra no Brasil de hoje manifesta um prolongamento da sua realidade vivida no período de escravidão com poucas mudanças, pois ela continua em último lugar na escala social e é aquela que mais carrega as desvantagens do sistema injusto e racista do país. Inúmeras pesquisas realizadas nos últimos anos mostram que a mulher negra apresenta menor nível de escolaridade, trabalha mais, porém com rendimento menor, e as poucas que conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e ascender socialmente têm menos possibilidade de encontrar companheiros no mercado matrimonial.
A mulher negra ao longo de sua história foi a “espinha dorsal” de sua família, que muitas vezes constitui-se dela mesma e dos filhos. Quando a mulher negra teve companheiro, especialmente na pós-abolição, significou alguém a mais para ser sustentado. O Brasil, que se favoreceu do trabalho escravo ao longo de mais de quatro séculos, colocou à margem o seu principal agente construtor, o negro, que passou a viver na miséria, sem trabalho, sem possibilidade de sobrevivência em condições dignas. Com o incentivo do governo brasileiro à imigração estrangeira e à tentativa de extirpar o negro da sociedade brasileira, houve maciça tentativa de embranquecer o Brasil.
Provavelmente o mais cruel de todos os males foi retirar da população negra a sua dignidade enquanto raça remetendo a questão da negritude aos porões da sociedade. O próprio negro, em alguns casos, não se reconhece, e uma das principais lutas do movimento negro e de estudiosos comprometidos com a defesa da dignidade humana é contribuir  para o resgate da cidadania do negro.
A pobreza e a marginalidade a que é submetida a mulher negra reforça o preconceito e a interiorização da condição de inferioridade, que em muitos casos inibe a reação e luta contra a discriminação sofrida. O ingresso no mercado de trabalho do negro ainda criança e a submissão a salários baixíssimos reforçam o estigma da inferioridade em que muitos negros vivem. Contudo, não podemos deixar de considerar que esse horizonte não é absoluto e mesmo com toda a barbárie do racismo há uma parcela de mulheres negras que conseguiram vencer as adversidades e chegar à universidade, utilizando-a como ponte para o sucesso profissional.
Embora o contexto adverso, algumas mulheres negras vivem a experiência da mobilidade social processada em “ritmo lento”, pois além da origem escrava, ser negra no Brasil constitui um real empecilho na trajetória da busca da cidadania e da  ascensão social. Bernardo (1998), em seu trabalho sobre a memória de velhas negras na cidade de São Paulo, mostra como é difícil a mobilidade ascensional da negra - especialmente na conquista de um emprego melhor, pois a maioria das negras trabalhava na informalidade, ou como empregadas domésticas.
As mulheres negras que conquistam melhores cargos no mercado de trabalho despendem uma força muito maior que outros setores da sociedade, sendo que algumas provavelmente pagam um preço alto pela conquista, muitas vezes, abdicando do lazer, da realização da maternidade, do namoro ou casamento. Pois, além da necessidade de comprovar a competência profissional, têm de lidar com o preconceito e a discriminação racial que lhes exigem maiores esforços para a conquista do ideal pretendido. A questão de gênero é, em si, um complicador, mas, quando somada à da raça, significa as maiores dificuldades para os seus agentes.
Paul Singer (1998) afirma que, à medida que a mulher negra ascende, aumentam as dificuldades especialmente devido à concorrência Em serviços domésticos que não representam prestígio não há concorrência e conseqüentemente as mulheres negras têm livre acesso e é nesse campo que se encontra o maior número delas. A população negra trabalha, geralmente, em posições menos qualificadas e recebe os mais baixos salários.
A mulher negra, portanto, tem que dispor de uma grande energia para superar as dificuldades que se impõe na busca da sua cidadania. Poucas mulheres negras conseguem ascender socialmente. Contudo, é possível constatar que está ocorrendo um aumento do número de mulheres negras nas universidades nos últimos anos. Talvez a partir desse contexto se possa vislumbrar uma realidade menos opressora para os negros, especialmente para a mulher negra.
Contudo, cabe ressaltar a experiência de mulheres negras na luta pela superação do preconceito e discriminação racial no ingresso no mercado de trabalho. Algumas mulheres atribuem a “façanha” da conquista do emprego do sucesso profissional a um espírito de luta e coragem, fruto de muito esforço pessoal, e outras ainda, ao apoio de entidades do movimento negro.
Na atualidade não se pode tratar a questão racial como elemento secundário, destacando apenas a problemática econômica. A posição social do negro não se baseia apenas na possibilidade de aquisição ou consumo de bens. Ainda há uma grande dificuldade da sociedade brasileira em assumir a questão racial como um problema que necessita ser enfrentado. Enquanto esse processo de enfrentamento não ocorrer, as desigualdades sociais baseadas na discriminação racial continuarão, e, com tendência ao acirramento, ainda mais quando se trata de igualdade de oportunidades em todos os aspectos da sociedade.
A discriminação racial na vida das mulheres negras é constante; apesar disso, muitas constituíram estratégias próprias para superar as dificuldades decorrentes dessa problemática.


MARIA NILZA DA SILVA
disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/022/22csilva.htm
   

Bibliografia
BERNARDO, Terezinha.  Memória em branco e negro: um olhar sobre São Paulo. São Paulo: Educ, 1998.
SINGER, Paul. Globalização e desemprego: diagnósticos e alternativas. São Paulo: Contexto, 1998.
SILVA, Maria Nilza da. Mulheres negras: o preço de uma trajetória de sucesso. PUC/SP, Dissertação Mestrado, 1999.




Raça e Homossexualidade: um diálogo urgente

Espero que todas e todos possam fazer uma reflexão a respeito do tema que ainda é um tabu entre as nossas rodas de conversas.
 


Negros e brancos sempre se relacionaram sexualmente, seja por amor ou por interesse, a prova é a quantidade de sodomitas brancos e pardos que foram denunciados a Inquisição Portuguesa pela prática do crime de sodomia nos engenhos do Sertão da Bahia e no Rio de Janeiro.

Por MARCELO CERQUEIRA
No mês que se celebra o dia vinte de novembro como Dia da Consciência Negra faz-se necessário retomar o debate sobre raça e homossexualidade, relação que apesar das conquistas para ambos os lados continua tensa e rechaçada de muita intolerância e preconceito. Como homem homossexual negro, tenho procurado nessa minha vida de luta por inclusão social para a população de gays, lésbicas e transgêneros, construir um diálogo com os movimentos de afirmação racial pontuando a questão da homossexualidade e as suas implicações com a raça. Tenho buscado conhecer quem é esse homossexual negro, o que é que pensa, como vive, como se relaciona com a suposta democracia racial, como se relaciona dentro do grupo da comunidade homossexual.
Conhecer as interdições de liberdade relacionadas à homossexualidade e a raça constitui desafio para todos nós, considerando que falar de homo-afetividade nunca é fácil e os sujeitos sofrem duplamente, por serem negros e por experimentarem uma orientação sexual minoritária circundada por muitas e diversificadas interdições. Para início de um diálogo franco, torna-se importante entender alguns conceitos.
A homossexualidade não pode ser entendida como um vício branco, opressão do macho colonialista. Mesmo antes da chegada do elemento europeu na África a sua prática já existia, seja de forma ritualística ou com a finalidade de atingir o gozo erótico. Colocando a parte o sexo sem permissão, o estupro e a violência sexual, que certamente existiu como acontece até os dias atuais. Negros e brancos sempre se relacionaram sexualmente, seja por amor ou por interesse, a prova é a quantidade de sodomitas brancos e pardos que foram denunciados a Inquisição Portuguesa pela prática do crime de sodomia nos engenhos do Sertão da Bahia e no Rio de Janeiro. Diferente de outros povos europeus, os portugueses não tinham tabu em relação ao corpo negro, ao contrário.
“Trair a raça” é uma condenação/interdição muito comum imposta aos homossexuais afros. Temos de desconstruir este arquétipo negativo porque é fruto da opressão racista representado na fala do macho negro na construção da ideologia de afirmação e aceitação social. Esta prerrogativa reforça que a homossexualidade é coisa de branco, inconcebível ao negro, inaceitável aos negros.
Nessa luta os Terreiros deverão ser importantes parceiros como espaços democráticos de afirmação da diversidade sexual contra as interdições baseadas na intolerância. As religiões de matriz africana rejeitam a o tabu do sexo a partir da tradição, dos mitos e lendas dos orixás. É perfeitamente possível resgatar os arquétipos e a mitologia dos orixás na tradição afro-brasileira, demonstrando que as barreiras e interdições sexuais são muito tênues, embora não chegue a afirmar que nos terreiros vive-se uma sexualidade livre, sem regras. Consideramos crucial resgatar os ícones negros da homossexualidade, como João do Rio, Mario de Andrade, Joãozinho da Goméia, Mário Gusmão e mesmo Madame Satã, negros entre tantos outros que pularam enormes barreiras e não se curvaram frente às interdições da liberdade, deixando para as novas gerações um exemplo a ser seguido na luta por igualdade e democracia sexual e racial.
Que tenham voz e vez os sujeitos homossexuais negros na construção desse diálogo entre a homossexualidade e raça negra! É fundamental estimular as lideranças homossexuais negras abrindo espaços de palavras para que possam se expressar como elementos dessa nova construção social. 100% Negro e Homossexual!
Marcelo Cerqueira é educador e presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Secretário de Comunicação da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis (ABGLT)E-mail: marcelocerqueira@atarde.com.br

quarta-feira, 13 de julho de 2011



DIA 14/07/2011

SARAU ELO DA CORRENTE

BAR DO SANTISTA

PIRITUBA

20:30


LANÇAMENTO DO LIVRO 
ROUBE-ME POR FAVOR 

DE 
LID`S RAMOS, HENRIQUE GODOY E CAROLZINHA TEIXEIRA

+
FESTA JULINA 




terça-feira, 12 de julho de 2011

Violência contra mulher não registra queda há mais de uma década, revela estudo

Dados do Mapa da Violência divulgados nesta quinta-feira mostram que a violência contra mulher continua sem registrar queda. Considerando estatísticas dos 27 estados, o número de assassinatos de mulheres está estacionado no mesmo patamar há mais de uma década: em 2008, houve 4,17 assassinatos para cada cem mil mulheres. Em 1998, foram 4,27 homicídios para cada grupo de cem mil.

Em 2008, as mortes violentas de mulheres somaram 4.023. Quase metade dos homicídios ocorre dentro de casa: 40%. No caso dos homens, apenas 17% dos assassinatos foram registrados na residência ou habitação. Dado que reforça a violência doméstica como a principal causa dos incidentes fatais, de acordo com o coordenador do Mapa da Violência, Julio Jacobo Waiselfisz.

- O Brasil ainda tem uma cultura de violência contra a mulher. Os dados indicam que grande parte dos crimes são passionais e ocorrem dentro de casa. A impressão que os dados passam é que a violência doméstica é a principal causa dos assassinatos de mulheres - disse o coordenador do estudo.

No período analisado, o Espírito Santo se manteve como o estado que concentrou o maior número de mortes, registrando mais do que o dobro de homicídios (10,9 por cem mil, em 2008), na comparação com a média nacional. Em 1998, 11,3 mulheres foram mortas em cada grupo de cem mil pessoas. Os assassinatos de mulheres no Rio de Janeiro caíram 43,3%, entre 1998 e 2008.



Fonte: O Globo

terça-feira, 5 de julho de 2011

Salve a Tod@s,

5ª Ocupação - 10 de julho

Seja bem vind@ à 5ª Ocupação na Praça Zumbi dos Palmares!

No próximo dia 10 de julho, estão tod@s convidad@s a construir a 5ª cupação na Praça Zumbi dos Palmares.
A partir das 10h da manhã várias pessoas se reunirão para passar o dia aquilombados na praça ocupando o espaço, realizando intervenções artísticas, dividindo conhecimentos, fazendo escambo e se divertindo muito.
Você está convidado!
Funciona mais ou menos assim: Cada um, ou cada grupo de pessoas, que aceita o convite aparece lá na praça, no dia e hora marcados. 
Nesse encontro vale grafitar, cantar, tocar, se apresentar, convergir, conspirar e tudo mais o que você possa trazer para a praça. Para si, para quem está lá, para quem passar por lá.
Pode durar o dia todo ou alguns minutos.
Todos podem propor, compartilhar, assistir, ou tudo isso junto.
E é assim que tem sido. Alguma coisa sempre acontece.

Algumas idéias já surgiram e alguns encontros já marcados são:

*Mutirão de limpeza, estarão disponíveis sacos de lixo e luvas para todos colaborarem com um ambiente mais limpo e agradável.
*Muro livre, disponível para ser ocupado com graffiti, pinturas, decorações e afins.
*Exibição dos filmes "A Cultura em Luta Pela paz", documentário que conta a trajetória do Cicas-Centro Independente de Cultura Alternativa e Social, e da animação "Graffiti que Mexe", do coletivo Graffiti com Pipoca.
*Carnaval Negro, fazendo intervenção sonora, visual e mental.
*Encontro de Fotografia, proposta pelo Produções do Morro, traga sua camera e participe.
*Estamparia Quilombola, traga uma peça de roupa para ser estampada, ou traga também sua tela e estampe coletivamente.
*Móbiles nas Árvores, o Coletivo Mão na Praça vai dar decorar as árvores com móbiles.
*Kitanda de Escambo, espaço aberto para trocas de objetos, livros, roupas, etc. Dinheiro aqui não vale nada, traga sua troca.
*Pinturas, diferentes técnicas de pintura, utilizando desde tinta até café...
*Batucada, convidamos especialmente a todos que possam trazer instrumentos para fazer um barulho bom nessa terra.
*Arte Libertária, o coletivo que realiza ocupaçõese intervenções também aceitou o convite.
*Serigrafia social: estamparia grátis
*Painel indaga: deixe sua resposta
*Crianças coloridas: pintura facial em crianças de todas as idades.
*Grupo de Capoeira Liberdade Camará
*Dança, capoeira,música, performances e TUDO O QUE VOCÊ TROUXER!


Bôra chegar pra somar, construindo cultura e parcerias...



Para quem quer saber mais sobre a Praça Zumbi dos Palmares e as ocupações que já realizamos é só dar uma passeada pelo blog. Estamos preparando mais informações para atualizar aqui.
Enquanto isso, para quem não sabe dondê qué esse lugar, segue abaixo um mapinha.

Para quem vem dos lados da Barra Funda tem dois ônibus mais rápidos, o Terminal Cachoeirinha 978A-10 ou o Cohab Jd. Antartica 117Y-10.
Pegando um deles as referência para descer são: Um ponto depois do Hospital da Vila Nova Cachoeirinha e um ponto antes do Terminal Cachoeirinha. Os pontos são próximos, se você não errar muito vai chegar rápido. Da Barra Funda até a praça, no domingão, são uns 20 minutos.
Te encontro lá!

Axé pra Nós!