quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Salve 

Última formação aberta do Coletivo Cultural Esperança Garcia. 





Salve 

No dia 25 de agosto realizamos mais uma oficina no CAPS AD tratando do tema saúde da mulher negra.

Nessa formação o enfoque foi o bem estar, cuidado e equilíbrio. Buscamos construir um momento de reflexão sobre as nossas ações cotidianas que nem sempre permitem que possamos pensar em cuidados prévios com o nosso corpo. 

Ressaltamos as dificuldades de sermos todos e todas moradores da periferia de São Paulo, homens e mulheres, negros ou não e como tal realidade histórico/social afeta e dificulta  os cuidados com a saúde. Exaltamos que se os preconceitos são uma das formas de dominação social, histórica e cultural, dificultando que a vitima dessa violência encontre caminhos saudáveis para encarar a realidade cotidiana, como é possível vivenciar o bem estar, ideia tão difundida nos dias atuais. 

Foi uma troca de ideias que nos permitiu conhecer um pouco da realidade dos participantes que se sentiram a vontade de trazer a tona as suas histórias de vida. Uma simples questão permeou o nosso encontro O que nos faz sentir bem? Compreendemos que nem sempre o que nos faz sentir bem pode  nos fazer bem. 

Foi uma manhã de aprendizagem, onde por algumas horas demos prioridade ao nosso corpo e o cuidado dele. Aqui estão algumas fotos dessa atividade. Muito obrigada a tod@s que chegaram no dia e força pra nós nessa luta cotidiana. 













sábado, 27 de setembro de 2014

Negra  - Serafina Machado

Sou Mulher
Sou negra
Escura como a noite.
Escura como o Nilo, jorrando ondas de negralma.

Fui escrava.
Como mucama limpei o caminho dos meus senhores.
Fui corpo, sangue, orifício para o prazer do outro.
Fui operária, doméstica, lavadeira...
Negrimaculei a alvazia sociedade.
Costurei o rasgo da invisibilidade.

Subi o morro:
Favela de São Jorge.
Lá no alto, fui pássaro... Cantei.
Da África para o mundo
Mostrei minha voz humilhada,
Porém, no ritmo do tambor,
Forte.

Fui vítima
Da minha cor, do meu sexo.
Muitas portas
Fechadas.

Fui guerreira e acordei
No meio da noite... tiroteios
São Jorge havia liberado o dragão.
Cuspes de fogo tentaram queimar meus sonhos.
Resisti...

Sou mulher
Sou Negra
Sou pobre
Sou história.
Escura como a noite.
Escura como o Nilo, jorrando ondas de negralma.



quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Saúde das Mulheres Negras e Periféricas - Troca de ideia com o Coletivo Mulheres na Luta

Salve

No dia 24 de agosto realizamos uma troca de ideias com o Coletivo Mulheres na Luta, do Grajaú.

Refletimos sobre a saúde das mulheres negras e periféricas,  algumas questões auxiliaram  a nossa discussão:

O que é saúde para nós?

O que é qualidade de vida? 

Será que vivenciamos com plenitude essa ideia de saúde? 

De que forma a sociedade racista e machista prejudica o desenvolvimento digno da saúde das mulheres negras e periféricas?  

A nossa conversa contou com troca de experiências vividas pelos presentes. 

Parabéns ao grupo pela iniciativa, muito obrigada  Mulheres na Luta pelo convite e um salve a tod@s que somaram no dia.










sexta-feira, 25 de julho de 2014

Reflexões do dia 25 de julho


Hoje o dia é nosso. Dia que foi escolhido para discutirmos nossas vivências, presenças e ausências, dia de luta, dia de reflexões, dia de discutir nosso papel na sociedade. Peraí, nosso papel? Esta aí uma questão que sempre me intriga. Fico pensando nos tantos papeis que desempenhamos, não, não usarei chavões porque essas todas nós já gritamos muito aos ventos.
Hoje, gostaria muito que fosse uma data festiva, uma data em que realmente pudéssemos estar juntas, uma data que rendesse homenagens em escolas a tantas mulheres negras heroínas que temos na nossa historia, queria que fosse um dia em que eu olhasse pra minha vó, mãe e filha e desse os parabéns e elas por sua vez sentisse que esta data as representasse. Nosso tão dito papel, sempre foi de plantar as sementes, o papel de nutrir de ensinar, papel de fazer o campo florir, isso é desde os tempos de casa grande.
Eu ainda acredito em um dia que possamos andar nas ruas com nossos turbantes, de dreads, de Black, de tranças, com nossos colares, com nossas roupas coloridas, sem ter que ouvir piadas, e não estou dizendo de espaços que não pertencemos, estou falando de espaços onde nascemos, crescemos, criamos nossos filhos e amamos. Nossa periferia ainda esta anestesiada, foram e são tantas repressões que não conseguimos nos olhar como igual pode ser utopia, mas sonho ainda com a unidade, mas pra isso acontecer o trabalho começa na base e infelizmente a tv ainda exibe como modelo padrão de mulher brasileira bonita e bem sucedida as fernandas limas e giseles bündchens.
Vejo que nosso papel além de batalhar por uma data nossa, é fazer com que essas comemorações, discussões cresçam ao longo dos anos, fazer com que na sala de aula seja dito que nós temos um dia, passar na rua e ser didáticas quando um parceirinho da quebrada tira um sarro. Nossa unidade começa daí, é lindo e glamuroso estarmos em estandartes com a cabeça erguida recebendo congratulações dentro de centros de saberes enquanto as mulheres negras das periferias nem sabem que são negras não sabem que existe o 25 de julho e o 20 de novembro, não digo que temos que ser messias, sair por aí com cartilhas, expulsando as chapinhas em nome de jesus, não, até porque nós também somos frutos das mulheres que nos antecederam nas discussões e são respeitadas por isso.
Tudo que foi escrito são reflexões, há muros que rompemos e outros que construímos, e existem muros entre nós, e esses ainda são os mais difíceis de romper, muito me alegra a insistências das parceiras Capulanas manterem uma sede na quebrada, do coletivo cultural Esperança Garcia optar em fazer formações que discutem a saúde da mulher num bar, de professores amigos que lembram data e falam em sala de aula, são ações assim que criam vínculos e fortalecem.
Há uma barreira entre nós e temos que daqui em diante pensar nos meios de rompê-las.
Parabéns pra nós
E que nossas ações não sejam solitárias.
Axé
Raquel Almeida

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Ervas do Chá a Cura

Salve 

No último dia 19 de julho, tivemos aqui na Brasa uma conversa com dona Vera, moradora aqui do bairro e conhecedora de plantas e ervas e  seus usos para os cuidados com a saúde. 

Dona Vera nos proporcionou uma manhã de sábado rica em sabedoria. Falou sobre a sua relação com as ervas, compartilhou um pouco de suas memórias e principalmente deu inúmeras dicas de como usar plantas para o nosso cuidado cotidiano. 

Quem veio tirou dúvidas, compartilhou saberes e principalmente exaltou a cultura popular  como uma das diversas fontes de conhecimento. 

Obrigada a dona Vera, suas receitas estão sendo muito valiosas nesse cotidiano desgastante das grandes cidades e muito obrigada a quem compareceu. 

Até a próxima...



Dona Vera







domingo, 13 de julho de 2014

Próximo sábado tem formação aberta...

Estão todos convidad@s para outro bate-papo com Vera Jeane moradora da Vila Brasilândia partilhando ensinamentos da cultura popular.




Oficina sobre o que é saúde e saúde das mulheres negras...

No último dia 07 nos reunimos com os usuários do CAPS AD III - Brasilândia para iniciar o projeto com a primeira oficina - Saúde e Saúde da Mulher Negra.
Uma fonte rica de articulação de ideias, sentimentos e possibilidades para novos ares de saberes e conhecimento. 
O mais interessante foi que maioria dos participantes eram homens, e são esses que pouco 
temos a oportunidade de compartilhar e saber o que pensam sobre a relação com o outro, violência contra mulher, os papeis sociais, o que traz bem estar para si e as angústias que envolvem suas cabeças e corpos no cotidiano. 
Trabalhamos o conceito de saúde, a memória e o conhecimento de si,  estimulando os sentidos e a expressividade de cada participante com cores, cheiros e o auto retrato.
 O retorno foi imediato e foi possível degustar cada palavra e sentimento demonstrado e o que estava quieto, de cabeça baixa como um sopro de primavera numa rosa foi aberto e partilhado. 
Agradecemos as técnicas Vera e Simone que nos ajudaram dando toda a assistência necessária para o dia e os homens e mulheres que participaram do encontro.